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I SÉRIE — NÚMERO 107

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O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Com a entrada em vigor da presente proposta de lei, prevista para

1 de outubro do corrente ano, os trabalhadores que celebrem novos contratos de trabalho passam a ter a

garantia do recebimento de, pelo menos, metade dos montantes a que tiverem direito a título de

compensação. O recebimento de, pelo menos, 50% dos montantes a que têm direito deixa de ser uma

incerteza dependente da situação económica da empresa à data da cessação do contrato de trabalho para

passar a ser uma certeza garantida pelos instrumentos financeiros criados pela presente proposta de lei.

Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A segurança no emprego e a proteção no desemprego, assim como a

flexibilidade na constituição e no funcionamento da relação laboral, fazem parte do quadro de valores que

consideramos imprescindíveis no mercado de trabalho.

A inexistência de garantias de recebimento das compensações por cessação do contrato de trabalho

assumiu dimensão de preocupação nacional quando, durante a governação do anterior Governo do Partido

Socialista, milhares de empresas começaram a falir anualmente, deixando os seus trabalhadores no

desemprego e sem receberem os montantes a que tinham direito como compensação pelo fim do vínculo

contratual.

Por tal motivo, o Governo socialista fez incluir no processo de negociação coletiva de 2011 uma proposta,

que veio a ser aceite pelos parceiros sociais e incluída no Acordo Tripartido para a Competitividade e o

Emprego, assinado em março de 2011, para a criação de um mecanismo financeiro destinado a garantir o

pagamento parcial das compensações ao trabalhador.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Quando, em maio de 2011, o Governo socialista se viu obrigado a

celebrar o Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica, vulgo acordo com

a troica, fez incluir no texto do documento a obrigação de criação de um fundo que garantisse aos

trabalhadores o pagamento dos montantes a que têm direito.

Assim, Srs. Deputados, a presente proposta de lei é a execução de vários compromissos assinados nos

últimos três anos, representando um marco histórico na garantia dos direitos dos trabalhadores.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do CDS-PP.

Sr. Deputado Artur Rêgo, tem a palavra.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O Sr.

Deputado Adriano Rafael Moreira, que não podia ter posto melhor a situação, quase me tirou as palavras da

boca.

Vozes do PCP: — Ah!…

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Então, não diga mais nada!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Há dias em que a comunicação funciona!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — De facto, tínhamos, e temos, uma legislação que foi construída há 30 ou

40 anos, que era uma legislação garantística, uma legislação rígida,…

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Ah, pois é!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … uma legislação que concedia todo o tipo de direitos no papel, em

abstrato e na teoria.

Mas também temos o exemplo de uma larguíssima percentagem de trabalhadores que, ao longo destes 20,

30, 40 anos, cada vez que chegava a altura da cessação do seu contrato de trabalho, fosse por que razão