I SÉRIE — NÚMERO 107
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Quero também dizer-lhe, Sr. Deputado Nuno Sá, que nós não podemos «cortar a fita», porque nem fita
nem tesoura nos foram deixadas para o efeito.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, entretanto, para intervir, os Srs. Deputados Artur Rêgo e Nuno Sá.
Tem a palavra, Sr. Deputado Artur Rêgo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Srs. Secretários de Estado: Agradeço ao
Sr. Deputado Nuno Sá as suas palavras, mas quero dizer-lhe que, na minha intervenção, procurei ser o mais
isento possível e focar-me naquilo que é essencial, nas pessoas objeto direto deste diploma, que são os
trabalhadores.
Tentei focar-me historicamente naquilo que tem acontecido à generalidade dos trabalhadores ao longo
destes anos, os quais, não obstante terem direitos no papel, na maior parte das vezes não os viam
consagrados na prática quando chegava a altura de serem efetivados.
Portanto, referi que este diploma vinha resolver esse problema, elogiei o Governo porque é do seu mérito
exclusivo a criação do fundo de garantia — esse não estava no Memorando de Entendimento, não estava no
acordo tripartido —, elogiei o Governo por, ao criar este fundo de compensação e este fundo de garantia, ter
tido o cuidado de que estes instrumentos não fossem colidir, mas fossem, sim, complementares, com o Fundo
de Garantia Salarial, e falei ainda na transposição da Diretiva.
Gostaria agora de acrescentar, na sequência da intervenção do Sr. Deputado Nuno Sá, que é verdade, sim
senhor, que estava previsto no acordo celebrado ainda na vigência do Governo do Partido Socialista a criação
do fundo e a simultaneidade; é verdade. Como também é verdade — e, portanto, é injusta a interpretação que
o Sr. Deputado Nuno Sá fez — que este Governo enviou, em setembro do ano passado, o primeiro projeto de
criação do fundo para a concertação social.
E se aparece agora a proposta de lei é porque, de setembro do ano passado até agora, este projeto de
criação do fundo fez o percurso que tinha de fazer, no respeito pelos parceiros sociais — foi falado, foi
discutido, foi negociado. O Governo não poderia apresentar aqui a proposta de lei antes que esse percurso
tivesse feito sem cair em desrespeito total pelos parceiros sociais. Fez-se, e merece o consenso de todos.
Recordo que na audição da CGTP, por exemplo, tive oportunidade de dizer aos dirigentes que estavam
presentes que esta proposta de lei nasceu de um discurso de debate, de discussão e de aproximação de
posições.
Tenho a convicção de que, dentro da CGTP, nem todos pensam da mesma maneira, mas nos debates
internos da CGTP não vejo um dirigente chegar e dizer: «Eu penso assim. Como vocês não pensam como eu,
vou-me embora».
Portanto, espero que a CGTP tenha em concertação social o mesmo tipo de comportamento democrático
que, estou convicto, tem em termos internos. É isso que espero, e foi isso que disse.
Na especialidade, todos os contributos serão bem-vindos.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
O debate é aberto e plural, e o resultado final tem de sair de um consenso entre todos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Nuno Sá.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Dirigindo-me aos Srs. Deputados do PSD e do
CDS que intervieram, devo dizer, num tom até matinal, que fui tão doce, tão meigo,…
Risos do PSD.