I SÉRIE — NÚMERO 107
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foram justamente estas razões que levaram o Governo do Partido Socialista a inscrever este princípio da
simultaneidade quer no Acordo Tripartido para a Competitividade e o Emprego, celebrado em março de 2011,
quer no Memorando de Entendimento acordado com a troica.
Por isso, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, sublinhamos o facto de o
Governo vir dar cumprimento a um compromisso que resulta expressamente dos instrumentos atrás referidos.
Bem sabemos que custou, bem sabemos que nunca foi do agrado desta maioria a criação de um fundo de
responsabilidade exclusivamente empresarial para garantir o pagamento das compensações aos
trabalhadores, cumprindo, assim, as suas obrigações legais. Mas também não devemos surpreender-nos com
isso! Esta é uma maioria que já nos habituou a ser muito ágil em cortar as compensações e pouco célere em
assegurar os direitos dos trabalhadores.
Aplausos do PS.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Através da proposta de lei n.º 147/XII
(2.ª), hoje em discussão, são instituídos os regimes jurídicos do fundo de compensação do trabalho, do
mecanismo equivalente e do fundo de garantia de compensação do trabalho.
Trata-se, pois, do nosso ponto de vista, de uma iniciativa legislativa positiva no plano dos princípios. Mas
trata-se, igualmente, de uma iniciativa que impõe uma profunda reflexão. Aliás, o debate que tivemos no início
desta discussão demonstra-o de uma forma muito clara. E, no nosso entender, essa reflexão deverá ser feita
em sede de especialidade, em torno do regime jurídico destes mecanismos e, muito em especial, no que tange
ao seu funcionamento, ao seu modelo de gestão e às formas de financiamento. E, por isso, neste contexto, o
Partido Socialista viabiliza a presente iniciativa legislativa,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — A sério?!
A Sr.ª Helena André (PS): — … sem prejuízo de, na especialidade, apresentar propostas de alteração que
visem o aperfeiçoamento e a melhoria do edifício jurídico que se pretende aprovar. Tais propostas serão
apresentadas sempre…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Já levam uma borla!
A Sr.ª Helena André (PS): — … numa lógica de aprofundamento das garantias dos trabalhadores e de
equilíbrio, face à diminuição dos montantes das compensações que agora se encerra.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Rafael
Moreira.
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Para
o Governo, melhor não poderia começar este debate quando ouvimos do Partido Comunista reivindicar por
que não se aplica este regime a demais contratos e, do PS, a afirmação de que, finalmente, este regime
chega. Isto é, há um consenso alargado à volta do regime que hoje é aqui debatido, porque ele representa um
reforço das garantias dos trabalhadores.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É, é!…
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Face à realidade socioeconómica de 2011, o Governo fez constar
do seu Programa a necessidade de intervir com urgência no mercado de trabalho, através da introdução de
alterações ao quadro normativo vigente.