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I SÉRIE — NÚMERO 109

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O Sr. Nuno Reis (PSD): — A política de saúde foi além da troica onde tinha de ir para ficar aquém da troica

onde o interesse dos portugueses, em especial dos mais desfavorecidos, assim o exigia.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Nuno Reis (PSD): — Em ambos os casos, defendeu o interesse público e o dinheiro dos

contribuintes.

E com este enquadramento deixo ao Sr. Ministro aquelas que são para nós as questões fundamentais

deste debate.

Pergunto-lhe, em primeiro lugar, se, em termos de políticas públicas, haverá melhor alternativa àquela que

tem vindo a ser seguida que torne compaginável compatibilizar os recursos do País com a sustentabilidade do

SNS.

Em segundo lugar, pergunto-lhe se, para aqueles que como nós acreditam que é também por via do

investimento e do crescimento económico que se torna mais sustentável a gestão de uma dívida, a estratégia

de olhar para a saúde como um setor gerador de riqueza para o País irá continuar a ser aposta deste

Governo.

Finalmente, Sr.ª Presidente, com a sua compreensão, perguntarei o seguinte: porque capacidade de visão

é característica indissociável de uma liderança, quais deverão ser, Sr. Ministro, daqui para a frente, as

principais medidas a implementar na área da saúde?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Cabrita.

O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo, sei que o Sr.

Ministro — ainda neste fim de semana o comprovámos — é um homem de cultura. E sabemos que o seu

Governo está a dar aos portugueses uma semana ao nível do mais sublime teatro do absurdo, ao nível do

mais impressionante da pintura surrealista. Só que à custa dos portugueses, à custa do desespero do nosso

futuro coletivo.

Aplausos do PS.

Aquilo que a sua intervenção aqui demonstrou é que num momento decisivo da consolidação da confiança

do nosso País num caminho para a recuperação do crescimento, Portugal, desde segunda-feira, não tem

Ministro das Finanças, porque quem foi empossado na terça-feira não tem garantido claramente o apoio

político daquela que é a base da subsistência, da manutenção deste Governo e que, de facto, não devia ter

sido empossado pelo Sr. Presidente da República.

É neste quadro, Sr. Ministro, que gostaria que nos dissesse — V. Ex.ª é conhecido como um homem de

bom senso, um homem que demonstrou profissionalismo em funções anteriores, enquanto diretor-geral e

enquanto gestor de um grande banco — o que acha desta circunstância de não haver, de facto, Ministro das

Finanças, o que acha destes dias em que a gestão da coisa pública está ao nível do mais lamentável

confronto de associações de estudantes.

Sr. Ministro, claramente, qual é o caminho para a sustentabilidade da dívida pública, a médio prazo? É

esse o tema do debate de hoje. É o caminho da continuidade de que fala o Sr. Primeiro-Ministro —

continuidade com um défice superior a 10% no 1.º trimestre, continuidade com uma dívida pública que cresceu

20 000 milhões de euros, em 2012, continuidade com um desemprego que subiu, desde que está no Governo,

de 12% para quase 18%, continuidade com uma recessão de 4% no 1.º trimestre deste ano — ou é uma

profunda mudança de política no sentido do crescimento e do emprego? É a continuidade no autismo político,

que afasta o Governo do diálogo com os parceiros sociais, que isola o Governo que é hoje o maior fator de

instabilidade na sociedade portuguesa, ou é a construção de um diálogo que, com parceiros sociais, entre os

portugueses, construa um caminho para o futuro?