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I SÉRIE — NÚMERO 109

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A Sr.ª Presidente: — Sr. Ministro da Saúde, inscreveram-se, para lhe pedir esclarecimentos, os Srs.

Deputados Helena Pinto, do Bloco de Esquerda; Nuno Reis, do PSD; Eduardo Cabrita, do PS; Teresa Caeiro,

do CDS-PP; Honório Novo, do PCP; José Luís Ferreira, de Os Verdes; Cecília Honório, do BE; Ana Sofia

Bettencourt, do PSD; e Isabel Galriça Neto, do CDS-PP.

A Mesa tem a indicação de que o Sr. Ministro responderá a conjuntos de três pedidos de pedidos de

esclarecimento.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro Paulo Macedo, anunciou a sua intenção de

debater hoje a dívida, mas, depois, o seu discurso fugiu para um debate setorial. Sr. Ministro, hoje, aqui, não

estamos a debater a política de saúde, estamos a debater a dívida, e o Governo escolheu-o a si para isso,

pelo que é sobre isso que tem de responder.

Aplausos do BE.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Ministro, pode ignorar a realidade, pode olhar para a Sala, mas há um «elefante» no meio desta Sala! E

esse «elefante», Sr. Ministro, é a demissão do Ministro Vítor Gaspar!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Na segunda-feira passada, o Ministro Vítor Gaspar apresentou a demissão e confessou, por escrito, o

falhanço das políticas e a sua incapacidade perante a crise que o País vive. E passo a citar, para que não

existam dúvidas: «A evolução exige credibilidade e confiança. Contributos que, infelizmente, não me encontro

em condições de assegurar.». Credibilidade e confiança, Sr. Ministro, duas palavras-chave usadas e abusadas

nos discursos do Governo e desta maioria!

Nas últimas 48 horas, o Governo patrocinou e protagonizou um rico espetáculo: o grau zero da

credibilidade e da confiança!

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Os ministros podem sair, podem entrar, podem sair e tornar a entrar, mas o

desastre das vossas políticas continua a marcar a vida das pessoas.

E há uma pergunta a que o Sr. Ministro também deveria ter respondido da tribuna, que é quanto é que

custa na vida das pessoas a política que os senhores têm seguido. Quanto custa, Sr. Ministro? Faça as

contas! Custa 1,5 milhões de desempregados; pobreza como nunca foi vista em Portugal; economia em

colapso; jovens com o futuro sempre, sempre adiado.

Em nome da credibilidade externa, em nome da confiança dos mercados, exigiram tudo ao povo. Nenhum

sacrifício valeu a pena! Nenhum! A dívida e o défice estão aí para o demonstrar.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Pode o Governo, agora, pedir uma segunda oportunidade, podem os ministros

bater com a porta ou dar o dito pelo não dito, mas o que conta mesmo na realidade é que fogem às eleições,

porque sabem que o povo não lhes dará mais nenhuma oportunidade. Quem precisa de uma oportunidade é o

País inteiro e essa oportunidade só pode ser dada pelas eleições.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Então, o debate não é sobre a dívida?!