5 DE JULHO DE 2013
25
Mas o combate à fraude é contra os fracos ou é contra os fortes interesses ilegítimos, tolerados durante
décadas por sucessivos Governos?
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Ana Sofia Bettencourt (PSD): — Teria sido de esperar que dissessem, pelo menos, uma palavra de
apoio ao Governo no combate à fraude, principalmente nas áreas da saúde e da segurança social. Mas isso
contraria a vossa natureza.
Voltando à questão da fraude, Sr. Ministro, gostaria de saber, para terminar, qual é o ponto da situação dos
casos de fraude que já foram apurados pelo seu ministério e comunicados às autoridades.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do CDS-PP, pelo que tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel
Galriça Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Saúde, queria dizer-lhe que nos
apraz que hoje se fale aqui de saúde, porque a saúde é uma área de preocupação central para os
portugueses. Até parece que não é bom que um Governo, na atual situação, esteja preocupado com os temas
que verdadeiramente estão perto das preocupações dos portugueses! Portanto, a nós, repito, apraz-nos que
se fale aqui de saúde.
Lamentamos que, num ensaio sobre declarações políticas que hoje não estavam agendadas, se fale mais
sobre temas de uma pretensa atualidade que pode ser interessante num telejornal mas não para os
portugueses, enfim, se façam aqui devaneios sobre aquilo que não está em causa neste debate.
Assim sendo, insisto, apraz-nos que se fale de saúde hoje, porque os portugueses agradecem.
O que eu queria dizer ao Sr. Ministro é que não pode de forma alguma ser escamoteado o seu esforço e o
da sua equipa em prol da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS),…
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … no combate à fraude e na área da política do medicamento,
com ganhos que são inquestionáveis, sendo ao mesmo tempo de assinalar que o Sr. Ministro, ainda na
semana passada, foi aquele que sublinhou que não estava tudo bem na saúde e que havia coisas a melhorar.
Saudamos essa lucidez, saudamos esse realismo, saudamos a transparência que tem introduzido na sua
equipa e na forma como se tem dirigido aos parceiros.
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — De facto, para nós, para si, para a sua equipa e para este
Governo, o Serviço Nacional de Saúde tem merecido diferentes medidas que justificam a manutenção — e o
mesmo não se poderia dizer há dois anos — do Serviço Nacional de Saúde como eixo na prestação dos
cuidados de saúde e não podemos ignorar os contributos dos vários parceiros, que o são de direito próprio,
quer na área social quer na área privada. E falamos disso sem preconceitos.
De facto, por falar nas preocupações de sustentabilidade, nas preocupações de rigor e de melhoria do
SNS, queremos reconhecer que a área dos cuidados continuados e dos cuidados paliativos, que, em primeiro
lugar, deve ser entendida como um direito e uma resposta a necessidades que existem e que o Sr. Ministro
não tem escamoteado, tem sido entendida por esta equipa não como uma área de menorização, uma área em
que se vão construindo «casinhas» sem saber da sustentabilidade, sem saber da garantia das condições de
financiamento — e apraz-nos que já tenha sido anunciada a abertura de mais camas —, mas, tal como o Sr.
Ministro nos disse, uma área prioritária, portanto, não uma área menor onde não se acautelam medidas que já
aqui foram referidas, mas onde se tomam passos decisivos.