O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 1

10

Mas esta convergência ocorre por um motivo claro: para impedir que a segurança social entre em implosão

e que, dessa forma, nenhum português possa receber a sua pensão, Sr. Deputado. O que se exigia do PS era

uma atitude mais responsável e que fosse ao encontro das responsabilidades desse partido.

Contudo, não quero falar do passado, quero falar do futuro, porque o Partido Socialista é um partido

importante no nosso quadro parlamentar e político, porque há reformas que ainda é necessário fazer e que

carecem de compromissos alargados a médio e a longo prazos.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Por exemplo, a reforma do IRC. Está ou não o Partido Socialista disponível

para abraçar este necessário compromisso, de futuro, para que Portugal possa ser um país que abrace o

investimento de uma forma perene e duradoura, para que um investidor não chegue aqui e tenha medo de que

a cada quatro anos o regime de IRC ou outro mudem e não saiba como investir?

Deixo-lhe uma pergunta muito concreta, Sr. Deputado. Gostava de ouvir a sua resposta.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Menezes, agradeço as suas felicitações

iniciais e o desejo que formulou relativamente à campanha, que está a correr bem e com elevação, mas o

assunto que nos traz aqui é outro.

Quando nos referimos ao desemprego, Sr. Deputado, sabe que nos referimos ao crescimento do

desemprego homólogo. E nada poderia ser melhor do que termos uma diminuição do desemprego de forma

estruturada e consistente — quem não gostaria? —, mas o Governo não pode fazer que não vê que, de um

ano para o outro, no mesmo período, afinal, o desemprego, infelizmente, não diminuiu, o desemprego

aumentou. Portanto, falar verdade é dizer os factos, e os factos são estes, como o Sr. Deputado sabe.

Por outro lado, relativamente ao crescimento, é dito que o crescimento é uma boa notícia — é sempre uma

boa notícia! —, mas quando o Governo criou a ideia de que este era um crescimento generalizado e não disse

uma coisa simples, ou seja, que era o crescimento de um trimestre relativamente ao outro, tivemos de dizer

que o crescimento homólogo foi absolutamente negativo, e lamentámos esse facto profundamente.

O que é que isto quer dizer? Quer dizer que no debate político, em vez de se fazer propaganda, deve dizer-

se, de forma serena, como estamos a fazer aqui, a verdade dos factos: a recessão aumentou e, portanto, a

economia afundou. É isto o que nos dizem os factos.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E não estão a fazer propaganda!…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Temos ainda a questão da convergência. A convergência não significa tirar

a uns para dar aos outros, significa fazer uma evolução faseada desse sistema, de modo a que as pessoas

possam ter uma coisa essencial: confiança no Estado. Os senhores, com estas atitudes, causaram uma rotura

social, uma rotura na confiança do Estado.

Sr. Deputado, devo dizer que, com este ataque — e poderia ser só eu a dizê-lo, mas são tantos os seus

companheiros de partido e ilustres que o dizem… Aliás, há até uma afirmação consubstanciada da Dr.ª

Manuela Ferreira Leite sobre esta matéria —, os senhores estão a cometer um erro brutal.

Ao perseguirem os reformados, ao perseguirem os funcionários públicos, ao lançarem sempre sobre os

mesmos os mesmos cortes, os senhores estão a cometer uma grande injustiça e estão a provocar a rotura da

confiança de todo o sistema social. E vão fazer outra coisa, de que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite os avisou:

dentro de meses, os senhores estarão a fazer cortes nos trabalhadores da segurança social, o que será

lamentável!

Aplausos do PS.