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I SÉRIE — NÚMERO 1

6

E, Sr. Deputado, ficamo-nos por este número porque, como os senhores ainda não publicaram o resto das

nomeações (a publicação está suspensa), ainda não temos a contabilidade completa.

Vamos às questões mais substantivas: o dia de hoje, o início de diálogo com a troica.

O Sr. Primeiro-Ministro tem uma versão sobre o défice, o Sr. Vice-Primeiro-Ministro tem outra versão sobre

o défice. Aliás, em matéria de finanças, já no verão, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros tinha uma versão

sobre as finanças, que, de forma «irrevogável», modificou logo a seguir. O que dizemos é que essa

instabilidade, criada pelos senhores, que os levou a reformarem e a constituírem um dos maiores Governos de

sempre, depois do 25 de Abril, provocou agitação nos mercados e subida das taxas de juro.

Finalmente, Sr. Deputado, sei que é inconveniente falarmos em matérias como o desemprego ou as falhas

de metas do Governo, mas queria dizer-lhe que o CDS deveria concentrar-se na estabilidade interna para que

não continuássemos a ouvir duas vozes dentro do Governo, porque o País precisa de credibilidade e de um

Governo sério, que não perca o norte para ter todos os argumentos para dialogar e defender os interesses do

País.

Aplausos do PS.

O Sr. António Braga (PS): — Infelizmente, não é o caso!

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira, do PCP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, o Sr. Deputado José Junqueiro teceu várias críticas à

política do Governo e, da nossa parte, queremos perguntar-lhe em que consiste exatamente essa crítica que o

PS faz e qual é o sentido que o PS quer dar a essa crítica.

Na declaração política que proferiu do alto da tribuna, o Sr. Deputado criticou, por exemplo, o estado em

que o Governo está a deixar o País, porque leva por diante a política que conhecemos há dois anos. E nós

perguntamos: o que é que isso significa, Sr. Deputado? Significa que o PS está a criticar o Governo por seguir

o Pacto que os três assinaram com a troica, ou significa que apenas têm discordâncias em relação à forma e

não em relação ao conteúdo? O que significa essa crítica do Partido Socialista, em relação à política do

Governo? Significa que o PS vai retirar a sua assinatura do Pacto com a troica ou vai continuar comprometido

com esse Pacto?

O Sr. Deputado não fez referência a um aspeto e eu gostava que aproveitasse a resposta a este pedido de

esclarecimentos para o fazer. Refiro-me ao facto de, há pouco tempo, o Secretário-Geral do Partido Socialista

ter anunciado que estava a preparar o Programa do Governo para 2015. Ora, gostávamos de saber se tal

significa que o Partido Socialista vai desistir de lutar pela demissão deste Governo e vai ficar à espera das

eleições de 2015, à espera de quanto pior o País estiver, melhor será para o Partido Socialista, à espera que o

poder lhe caia no colo!

Sr. Deputado, essa era a pior coisa que o Partido Socialista podia fazer e, da parte do PCP, esperem

exatamente o contrário: esperem a manutenção e a intensificação da luta para que este Governo possa ser

demitido tão rapidamente quanto possível.

O Sr. Deputado também disse, na sua declaração política — são palavras suas —, que o Governo tem de

«arrepiar caminho» e eu pergunto, sinceramente, Sr. Deputado José Junqueiro, se os senhores do Partido

Socialista acham que este Governo ainda tem mesmo caminho para fazer, se há ainda possibilidade de este

Governo arrepiar algum caminho para poder recuperar alguma da legitimidade e da credibilidade que já

perdeu há muito tempo.

Sr. Deputado José Junqueiro, este é um Governo ilegítimo porque está a governar contra os interesses dos

portugueses, contra os interesses do povo português, contra o mandato que lhe foi atribuído,…

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — … e este Governo devia ser demitido. Não há espaço para arrepiar caminho!