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I SÉRIE — NÚMERO 1

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Governo sobre o despedimento de trabalhadores da Administração Pública, é aí que quer insistir, não desiste

dessa ideia, é expulsar da Administração Pública dezenas de milhares de trabalhadores, recorrendo,

inclusivamente, a uma absoluta indignidade, que é o corte dos seus salários de uma forma absolutamente

inconcebível.

Mas, Sr. Deputado, há uma pergunta que quero fazer-lhe, e com isso vou ter de terminar.

O CDS sempre afirmou que havia uma linha vermelha que não poderia ultrapassar, que eram os cortes nas

pensões dos reformados.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente! Obrigadíssimo por essa pergunta!

O Sr. António Filipe (PCP): — Pergunto se aquilo que o Governo anunciou, de fazer um corte nas

pensões dos portugueses, não significa ultrapassagem dessa linha vermelha.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Não venham dizer-nos que não são todos, que são só os funcionários públicos. Isso só significa que os

senhores sabem por onde hão de começar: pelos funcionários públicos para, no dia seguinte, atingirem todos

os trabalhadores.

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — É essa a realidade!

Aplausos do PCP.

Os senhores têm de nos dizer se acham justo que estas pessoas que trabalharam para o Estado, na idade

e na situação em que estão, se vejam privadas arbitrariamente de uma parte substancial dos seus

rendimentos. Os senhores têm de nos dizer se acham justo que pessoas que trabalharam uma vida inteira

para o Estado sejam espoliadas desta forma pelo Governo, sem qualquer contemplação, sem querer saber da

idade dessas pessoas nem da sua condição social.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Os senhores têm de nos responder se essa linha vermelha não é aqui

ultrapassada.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Telmo Correia, tem a palavra para responder.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Filipe, a única dúvida que tenho

é se não valia a pena deixar V. Ex.ª interrogar-se a si próprio. Por uma razão simples, com a consideração que

tenho por si: V. Ex.ª faz as perguntas e vai dando as respostas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — V. Ex.ª deu a resposta às suas perguntas.

Pergunta António Filipe: «É isto o mesmo que o CDS estava a falar?» A seguir, responde António Filipe:

«Não, não é, porque este corte é para 300 000 e o outro era para 3,5 milhões».

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!