I SÉRIE — NÚMERO 1
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Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Quanto à primeira parte da sua intervenção, relativa à questão dos
fogos, Sr.ª Deputada, quero só dizer-lhe que, como é evidente, esta é uma matéria demasiado séria para que
se possa, pura e simplesmente, fazer política sobre ela. É uma matéria que implica para todos nós,
independentemente da posição em que nos sentemos neste Hemiciclo e do círculo eleitoral que nos elegeu ou
daquele a que pertencemos de origem, querermos saber tudo, querermos discutir tudo — é esta a nossa
posição. Queremos saber o que falhou, por que é que falhou, o que podemos melhorar, como e que meios
temos.
É que também posso dar-lhe conta de declarações de responsáveis de bombeiros que afirmam que nunca
tiveram tantos meios como agora.
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — De prevenção!
Protestos da Deputada do BE Helena Pinto.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Eu ouvi, Sr.ª Deputada! Eu ouvi! Ouvi-o da parte de associações de
bombeiros. E posso dizer-lhe onde ouvi: foi na TSF, quando viajava de carro. Ouvi-os dizer que nunca tiveram
tantos meios como agora.
Agora, Sr.ª Deputada, o que quero — e presumo que a Sr.ª Deputada também queira — é saber, é apurar,
é ouvir, é debater. O que quero é que, em outubro, façamos um grande debate no Plenário, partamos depois
para a comissão e, sem qualquer preconceito, discutamos tudo o que estiver mal, o que falha, quais são os
erros do sistema e o que é preciso fazer. Mas isto sem nunca tentar atirar culpas ou responsabilidades para os
outros (para os de agora, para os do passado, para as autarquias, para os da maioria ou para os do Governo).
É que, Sr.ª Deputada, só há uma coisa que não é aceitável: é presumir que haja alguém neste País que não
sofra com acontecimentos tão dramáticos como aqueles que vivemos e que não queira dar um contributo
positivo para os resolver.
Presumo que é esse o seu estado de espírito. É esse também o meu e não tenha dúvida de que é o nosso
na maioria.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Braga.
O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, passando a parte inicial, que, à
laia de introdução, aliás, invocou um consenso da Câmara relativamente à avaliação e convalidação de
estratégias e de reforços no combate aos incêndios, e passando também a parte da campanha autárquica
(deixemos a campanha autárquica para a campanha autárquica), gostaria justamente de lhe colocar as
questões que têm a ver com a ideia que aqui quis criar, ou seja, uma espécie de nuvem que amorteça
eventualmente a relação dos partidos que estão no Governo com os eleitores (nomeadamente em período
pré-eleitoral, o que é compreensível), nuvem essa que, no entanto, é puramente uma ilusão. E vou explicar-lhe
por que razão é uma ilusão.
Em primeiro lugar, Sr. Deputado Telmo Correia, da parte do Partido Socialista, todos os sinais, por mais
frágeis que sejam, que sejam bons para a economia e para Portugal são bons para nós, gostamos de os
apreciar e somos os primeiros a bater palmas quando esses sinais surgem.
Aplausos do PS.
Mas, Sr. Deputado Telmo Coreia e Srs. Deputados, a questão tem a ver com os outros, que, além de
serem sinais, são, infelizmente, factos inquestionáveis e há muito demonstrados.