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I SÉRIE — NÚMERO 10

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Se o Governo quisesse, de facto, investimento e emprego, como diz querer, teria baixado o IVA da

restauração e não o IRC, que apenas vai servir para subir a cotação bolsista das empresas com sede fiscal na

Holanda.

Aplausos do BE.

Se este Governo, Sr.as

e Srs. Deputados, tivesse a mínima preocupação de equidade social nunca baixaria,

como está a fazer, o rendimento social de inserção, o complemento solidário para idosos ou o abono de

família.

Se este Governo estivesse minimamente preocupado com o futuro do País não apresentava este

Orçamento do Estado para 2014.

Esta proposta de Orçamento do Estado afronta a Constituição, e o Governo é o primeiro a sabê-lo.

Estamos certos de que, face à gravidade do que está em causa, o Presidente da República não deixará de

encontrar razões acrescidas para garantir a fiscalização preventiva desta lei. É o que se espera de quem jurou

defender a Constituição.

Pela nossa parte, Bloco de Esquerda, só podemos rejeitar um Orçamento que hipoteca o futuro do País.

Fá-lo-emos com todos os instrumentos disponíveis. Fá-lo-emos junto do Tribunal Constitucional, com quem,

como nós, quer defender a lei fundamental e os direitos que esta protege. Fá-lo-emos também aqui, no

Parlamento, apresentando alternativas como sempre fizemos. Fá-lo-emos também, e certamente, na rua, nas

manifestações populares que já estão convocadas para os dias 19 e 26 de outubro, que serão, certamente,

grandes manifestações de combate a este Orçamento e a este Governo da recessão.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, já tive ocasião de lhe dar as boas-vindas ao

Parlamento, mas como creio ser esta a primeira vez que fala da Tribuna cumprimento-a também por isso.

Srs. Deputados, inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Pedro Nuno Santos, do

PS, Paulo Sá, do PCP, e Heloísa Apolónia, de Os Verdes.

Antes de dar a palavra ao Sr. Deputado Pedro Nuno Santos, informo que a Sr.ª Deputada Mariana

Mortágua deseja responder individualmente a cada pedido de esclarecimento.

Tem, então, a palavra o Sr. Deputado Pedro Nuno Santos.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Mariana

Mortágua, disse que o Orçamento do Estado era uma afronta ao Tribunal Constitucional e uma afronta aos

portugueses. Mas há outras palavras que definem este Orçamento do Estado, desde logo cobardia. É que, na

realidade, há cobardia no processo: o Governo esforçou-se sistematicamente por esconder o verdadeiro

impacto deste Orçamento do Estado. Como disse a Sr.ª Deputada, o Vice-Primeiro-Ministro afirmou que

seriam apenas pequenas e médias poupanças…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Bem lembrado!

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Mas o Sr. Primeiro-Ministro já revelava o que aí vinha quando disse

«temer um choque de expetativas».

Mas há também cobardia nas medidas, porque, ao mesmo tempo que se libertam recursos em sede de

IRC — quando sabemos que os beneficiários imediatos dessa medida são grandes empresas que vivem do

mercado interno e em setores não transacionáveis —, o Governo carrega sobre os mais vulneráveis e sobre

os mais fracos.

Aplausos do PS.