18 DE OUTUBRO DE 2013
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O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, concluímos a apreciação do projeto de resolução n.º
848/XII (3.ª), que será votado na reunião plenária de amanhã.
Vamos passar, agora, à apreciação da petição n.º 177/XII (2.ª) — Apresentada pela Inter-Reformados,
estrutura da CGTP-IN, manifestando-se contra as injustiças, o roubo dos subsídios de férias e de Natal e o
empobrecimento.
Para intervir, está inscrita a Sr.ª Deputada Elsa Cordeiro.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo esta minha intervenção por
saudar os 5012 cidadãos que subscreveram esta petição.
Trata-se de uma pretensão compreensível, que merece ser objeto de avaliação e de ponderação política,
pois os cidadãos são os destinatários e os beneficiários das políticas públicas, principalmente as classes
sociais tão sensíveis como é o caso dos reformados e dos pensionistas.
Dito isto, convém esclarecer o seguinte:
Em primeiro lugar, quanto ao aumento de todos os escalões das pensões mínimas do regime geral, foi este
Governo que atualizou as pensões mínimas, sociais e rurais, que beneficiou 1 milhão e 100 000 portugueses
que no passado tinham visto estas pensões congeladas.
Em segundo lugar, a redução das pensões acima dos 1350 € constitui uma imposição nos termos do
Memorando de Entendimento que só afeta cerca de 2,8% do total dos pensionistas da segurança social.
Em terceiro lugar, quanto ao novo modelo de taxas moderadoras, este é mais abrangente, garantindo a
proteção dos grupos populacionais financeiramente mais desprotegidos; engloba aproximadamente 5,2
milhões de utentes, representando um acréscimo de mais de 800 000 utentes.
Por último, mas não menos importante, refiro o transporte urgente de doentes, no qual não é imputado
qualquer encargo aos doentes, pelo que dizer o contrário é faltar à verdade.
Dito isto, é reconhecido por todos o momento difícil que o País atravessa. Em momentos difíceis são
necessárias tomadas de decisões difíceis que protejam os mais desprotegidos e as gerações futuras.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Todas as propostas de Orçamento do Estado são exigentes, ainda
mais quando os recursos são escassos e inferiores às necessidades.
Este Governo, desde 2011, tem vindo a fazer um trabalho exemplar para consolidar as contas do Estado.
Todos os esforços feitos são fundamentais para assegurar o futuro de Portugal e para que o Estado continue a
pagar salários e pensões nos próximos anos, numa lógica de sustentabilidade, que infelizmente foi um pilar
que alguns não observaram.
Todos os sacrifícios feitos até agora têm como finalidade assegurar que o País não voltará a estar em
situação de bancarrota e a necessitar de ajuda externa.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Faz todo o sentido a discussão desta
petição, pese embora ela tenha sido apresentada há um ano. E até tem mais sentido agora, porque as
medidas inscritas neste Orçamento são ainda mais gravosas do que eram aquando da subscrição da petição
por mais de 5000 peticionários.
A exigência que aqui se faz continua a estar atual. O Governo sustentou o aumento das pensões mínimas
numa grande mentira, e os Srs. Deputados da direita sabem isso. Das pensões mínimas do regime
contributivo da segurança social constam quatro escalões, como vem referido na petição, e o que o Governo
fez foi apenas dar um pequeno aumento ao primeiro escalão. Ou seja, continuam congeladas as pensões que
resultam dos descontos… Estou a falar das pensões do regime contributivo; as de 274 € estão congeladas; as
de 303 € estão congeladas; as de 383 € estão congeladas — estas pensões estão congeladas, não tiveram
qualquer aumento, e são, por sinal, as pensões de quem tem uma carreira contributiva maior.