24 DE OUTUBRO DE 2013
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do Deputado do PS António José Seguro.
Essa foi uma estratégia bem-sucedida!
Agora, uma estratégia que nos conduza ao regresso a mercado, desde que tenha condicionalidade, mostra
que há insucesso.
Sr. Deputado, essa é uma forma muito especial de ver o problema. Percebo a vantagem que lhe dá, mas,
sinceramente, não subscrevo.
No entanto, quero atrever-me a sugerir que há uma razão para o Sr. Deputado estar a insistir nesta
matéria, que é esta: o Sr. Deputado até ao verão insistiu que queria eleições a todo o custo e de qualquer
maneira.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Depois, percebeu que era muito difícil andar mais dois anos a dizer que queria
eleições. Então, tem de encontrar um pretexto qualquer para poder dizer: «Tem de haver eleições!»
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro! Claro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Tem de haver eleições, porquê?
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Tal qual!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Se o Programa de Assistência Económica e Financeira resultar, apesar de
necessitar de condicionalidade, o senhor não pode discutir essa condicionalidade, tem de fazer eleições!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E, portanto, o Sr. Deputado quer andar até às eleições europeias a pedir
eleições, sem as pedir!
Ó Sr. Deputado, é tão óbvio! Porque é que não o diz diretamente? Ficava-lhe melhor!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Diz também o Sr. Deputado que o défice para 2013 revela a inconsequência das medidas que adotámos.
Não é verdade! E não é verdade pela simples razão de que o défice será este ano, de acordo com as nossas
estimativas, 5,5%. Em termos do PAF, é isso que conta — aliás, será de 5,9%, atendendo à recapitalização do
Banif, que não ocorreu no passado nem vai voltar a ocorrer.
Portanto, trata-se de uma medida que não transporta nenhum peso específico para o ano seguinte. Logo,
devemos partir da base adequada.
Sr. Deputado, nós teremos conseguido no final deste ano, segundo as previsões da UTAO (Unidade
Técnica de Apoio Orçamental), que coincidiram com as do Governo, uma redução do défice estrutural próximo
de 0,5%, exatamente 0,4%. É nosso convencimento de que esse valor se aproxima de 0,5%, que é aquele que
nós devemos garantir para, no âmbito do procedimento por défices excessivos, ter progressão orçamental.
Mas vamos entender-nos no seguinte: o Sr. Deputado está sempre a insistir nesta questão do défice. O Sr.
Deputado diz: «As medidas deviam ter permitido uma redução maior do défice, mas, como não aconteceu, o
Governo está a falhar.»
O Sr. João Galamba (PS): — É zero! Zero!