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I SÉRIE — NÚMERO 13

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, para o Governo acertar mais que medidas de corte de despesa

pública é que gostaria que o Governo tomasse? Diga lá, se fizer favor, para sabermos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado António José Seguro, tem a palavra.

O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, quero dizer ao Sr. Primeiro-Ministro que só o Sr.

Primeiro-Ministro é que encontra redução, ainda que seja pouquinha, no défice deste ano. Não houve redução!

E quando o Sr. Primeiro-Ministro vem dizer que o Banif é uma medida one-off, ou seja não passa para o

ano seguinte, tem razão, mas as receitas extraordinárias provenientes do perdão fiscal também não passam

para o ano seguinte, o que quer dizer que não houve nenhuma alteração.

Aplausos do PS.

O senhor já não engana mais ninguém! O senhor já não engana mais ninguém!

O senhor pode rir-se, mas os portugueses não se riem. Os portugueses que sofrem, que estão

desempregados e a quem o senhor corta nas pensões não se riem. Não se riem!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

O défice, segundo as estimativas feitas pelo Governo em Outubro, chegará ao final deste ano precisamente

ao mesmo nível em que estava quando começámos, o que quer dizer que todas as suas medidas de

austeridade — e foram tantas e tão pesadas! — valeram zero. Valeram zero.

O Sr. João Galamba (PS): — Zero! Zero!

O Sr. António José Seguro (PS): — E essas medidas custaram imenso aos portugueses, mas devo dizer-

lhe que não resolveram nada!

O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Zero! Zero!

O Sr. António José Seguro (PS): — O senhor, perante isso, não tira conclusões? O senhor, perante isso,

não tira consequências? O Sr. Primeiro-Ministro é incapaz de responder. Aliás, o Sr. Primeiro-Ministro nunca

responde a nada, porque não assume nenhuma responsabilidade perante o que está a fazer há 28 meses.

Aplausos do PS.

E, devo dizer-lhe, há 28 meses que o senhor governa este País. O senhor transformou um plano de

ajustamento num plano de empobrecimento. O País está hoje pior do que quando o senhor iniciou funções…

O Sr. João Galamba (PS): — Muito pior! Muito pior!

O Sr. António José Seguro (PS): — e a única coisa que o senhor tem para dizer é que, perante o seu

falhanço, vai insistir na mesma política.

A proposta de Orçamento que o senhor entregou não corresponde a nenhuma estratégia orçamental; é um

plano de pobreza. A via de empobrecimento que o senhor escolheu não só aprofunda a crise, como soma

mais crise àquela que já existia, e os problemas não param de crescer.

A dívida pública, ao longo destes meses, cresceu cerca de 30 000 milhões de euros — 30 000 milhões de

euros!