24 DE OUTUBRO DE 2013
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Protestos do PSD.
A via do empobrecimento destruiu cerca de 400 000 postos de trabalho. Portugal, que tinha passado a ser
um País de imigração, passou a ser um País de emigração e uma componente forte desses portugueses que
emigram são jovens, jovens a quem o senhor cortou a esperança e uma parte dos portugueses que vivem com
receio, com insegurança, com incerteza, com medo do dia de amanhã são os reformados a quem o senhor
garantiu há dois anos que nunca, mas nunca, faria um corte retroativo nas pensões…
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Bem lembrado!
O Sr. António José Seguro (PS): — … e agora está a fazer esse corte retroativo nas pensões.
Aplausos do PS.
É deste País e é perante esta realidade que o senhor tem de assumir as suas responsabilidades.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, julgo que revela muito
pouca consideração quer pelos resultados, quer pelos sacrifícios que os portugueses fizeram vir dizer que as
medidas valeram zero. Não, Sr. Deputado! As medidas que foram executadas permitiram-nos atingir as metas
que estavam acordadas com a troica. Sr. Deputado, isso devia motivar da sua parte regozijo e satisfação. O
facto de Portugal estar a cumprir essas metas devia ser motivo de satisfação para o Sr. Deputado.
Aplausos do PSD.
Agora, não responderei mais nada até o Sr. Deputado se posicionar neste debate de acordo com a
exigência que coloca, que é dizer, se quer que o défice seja mais baixo, que medidas adotaria na redução da
despesa para garantir um défice mais baixo.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É a isto que o Sr. Deputado tem de responder. Não pode querer reclamar «sol
na eira e chuva no nabal»!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não pode querer, ao mesmo tempo, criticar o Governo por não reduzir mais o défice e criticá-lo por adotar
as medidas que lhe permitem reduzir o défice.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso não é possível, Sr. Deputado! É uma demagogia absoluta!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Por fim, disse o Sr. Deputado que este Orçamento do Estado é um plano de pobreza. Não é, Sr. Deputado!