I SÉRIE — NÚMERO 13
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das instituições europeias na gestão, nomeadamente da crise que todos nós um pouco por todo o lado na
União Europeia atravessamos.
Em relação ao primeiro ponto — mais e melhor coordenação das políticas comunitárias —, como já aqui foi
referido, discutir-se-á a iniciativa Emprego Jovem, que entrará em vigor em janeiro de 2014. Creio que se trata
de uma matéria importante e que, certamente, deverá ter desenvolvimentos neste mesmo Conselho.
Certamente, também será dada prioridade, nomeadamente, no âmbito da necessidade do crescimento
económico e na aposta da excelência tecnológica, competitividade industrial e inovação científica e da
necessidade de garantir esse mesmo financiamento à economia, ainda que, como o Sr. Primeiro-Ministro
disse e bem, seja através da consolidação de um mecanismo de supervisão único e de autoridade bancária.
Tomamos boa nota da defesa que o Governo português fará para que essa garantia possa vir, no futuro,
abranger também a garantia dos depósitos bancários.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muitas vezes há a noção de que temos uma União que se quer
política e também económica, mas depois, muitas vezes, do ponto de vista financeiro, tal não é subsequente.
Quanto ao segundo ponto, Sr. Primeiro-Ministro, muito brevemente, gostaria de, em nome do CDS,
assinalar o seguinte: a nosso ver, vemos em vários Estados-membros da União Europeia alguma tentação de
procurar — permita-me a expressão, com muitas aspas, obviamente — nacionalizar políticas que até aqui
foram sempre entendidas como sendo políticas europeias. Não nos parece que esse seja um caminho a seguir
do ponto de vista da União Europeia. Sei que não é esse o caminho que, obviamente, o Governo português
defende.
O Sr. Primeiro-Ministro saberá, certamente, que outros Estados-membro ou algumas tendências dentro dos
Estados-membros procuram essa nacionalização (com muitas aspas, repito), mas parece-nos que neste
momento, especialmente num momento de grandes dificuldades um pouco por toda a Europa, qualquer
tentativa de procurar reduzir o papel das instituições europeias, quer do Parlamento Europeu, quer da
Comissão Europeia, e que resulta de anos e anos de tratados e de negociações difíceis, não é, em si mesmo,
um contributo válido para o que deve ser uma construção europeia de uma Europa mais justa, mais solidária e
mais atenta a este tipo de problemas.
Neste segundo ponto, parece-nos, também — de resto, não teremos dúvidas sobre isso — que o Governo
português terá uma posição no sentido de reforçar esses mecanismos. Aliás, o Sr. Primeiro-Ministro, na sua
intervenção inicial, já o disse de uma forma clara; em todo o caso, gostaria de, em nome do CDS, reforçar esta
matéria.
Por fim, mas não menos importante, também não queria deixar passar uma nota sobre a inclusão nesta
agenda — pelo menos, a provisória, à qual tivemos acesso — de matérias relacionadas com a imigração.
Todos nós assistimos aos factos tristes, trágicos, que ocorreram. Parece-nos que, também aqui, é necessário
que haja uma política comum e de asilo concertada no âmbito da União Europeia, nomeadamente para evitar
alguns radicalismos que vemos a crescer na União Europeia. Só uma moderação coordenada, concertada e
ativa entre todos os Estados-membros poderá vencer esta batalha.
São estes os pontos desta agenda que gostaríamos de salientar, na convicção de que o Governo
português, como é hábito, irá defender intransigentemente os interesses de Portugal, mas também os
interesses da União Europeia, porque, ao defender os interesses da União Europeia, também estamos,
contrariamente ao que aqui foi dito em algumas intervenções, a defender os interesses do nosso País.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado António Rodrigues.
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Sr. Primeiro-Ministro, começo por deixar duas notas prévias relativamente à reunião do
Conselho Europeu de amanhã e de depois de amanhã.