24 DE OUTUBRO DE 2013
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr. Primeiro-Ministro, é verdade que este Orçamento pede mais esforço do lado do Estado e menos
esforço do lado da sociedade. Esse é também um critério, que não podemos deixar de considerar, de justiça e
de equidade, Sr. Primeiro-Ministro, a juntar a outros e a outras medidas que estão contidas nesta proposta de
Orçamento.
Apetece-me perguntar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: é ou não verdade que as pensões mínimas, que foram
congeladas na vigência do Governo anterior,…
O Sr. Mota Andrade (PS): — Outra vez?!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … são, de novo, atualizadas, e ainda em montante superior à inflação,
Sr. Primeiro-Ministro?
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É ou não verdade que, mesmo a contribuição extraordinária de
solidariedade, aplicada às pensões, não se aplica em duplicado àqueles casos em que as pessoas entram no
regime de convergência da Caixa Geral de Aposentações com a segurança social? E, a este propósito, Sr.
Primeiro-Ministro, também me parece que muitos daqueles que falam sobre esta medida se esquecem que
esta era uma daquelas medidas do famoso PEC 4 — já lá estava prevista, como também estava prevista no
Memorando de Entendimento. Não é, portanto, uma medida nova que este Governo veio implementar.
E é ou não verdade, Sr. Primeiro-Ministro, que setores historicamente protegidos são chamados a
contribuir mais neste exercício orçamental? Do lado da energia, do lado da banca, do lado das parcerias
público-privadas.
Protestos do BE.
Hoje, ainda não ouvimos, mas, se calhar, vamos ouvir neste debate, que há proteção daqueles que têm
maior capacidade. Não há, Sr. Primeiro-Ministro! Como não há, de resto, na aplicação de taxas adicionais aos
rendimentos singulares e coletivos mais elevados. E esta é também uma questão que não pode deixar de ser
referida.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, é verdade que o esforço que é pedido ao setor público, também com critérios
sociais e de progressividade, é um esforço maior do que aquele que é pedido ao setor privado. Isso tem a ver
com o facto de, até ao momento, o ajustamento ter sido mais suportado precisamente pelo setor privado do
que pelo setor público.
Quero aqui afirmar desta bancada, Sr. Primeiro-Ministro, que nós, no PSD, não temos nada contra os
funcionários públicos,…
O Sr. Mota Andrade (PS): — O que faria se tivesse!…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … nem temos nada contra aqueles que prestam serviço na
Administração. Bem pelo contrário, Sr. Primeiro-Ministro, temos bem a noção de que o Estado precisa da
capacidade dos seus funcionários.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Exatamente!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, nós não estamos só a falar de diminuir a
despesa pública, o que, por si só, já é relevante. Nós estamos a falar de situações de emprego que são
indiscutivelmente mais seguras do que aquelas que temos no setor privado. Estamos a falar de funcionários
que não têm os problemas que se colocam no setor privado, por exemplo, para o pagamento dos salários de
forma atempada. Estamos a falar de um regime laboral que ainda é mais favorável.