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I SÉRIE — NÚMERO 14

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O Sr. Secretário de Estado da Administração Interna: — Mas não veio!

O Sr. Ministro da Administração Interna: — … porém, não veio falar disso.

O Sr. Deputado sabe que no ano de 2013 tivemos valores de severidade meteorológica — e são dados

objetivos, não são dados do Ministério da Administração Interna (MAI), são até de serviços exteriores ao

Ministério da Administração Interna — superiores ao ano de 2012, em que tivemos fogos a partir de fevereiro,

e ao ano de 2003, que é ainda hoje um marco de má memória, diga-se, em matéria de incêndios florestais.

O Sr. Deputado sabe que, por exemplo, em distritos como o de Braga e o de Bragança, essa severidade foi

particularmente acentuada, o que significou que tivemos este ano índices de dificuldade de supressão máxima

no combate aos incêndios florestais com riscos de incêndio máximo em alerta amarelo e laranja,

ininterruptamente, desde o dia 9 de agosto a 3 de setembro. Repito, permanentemente em risco amarelo e

laranja, como o Sr. Deputado verá com os dados que daqui a pouco terei oportunidade de dar, sobre o número

de ocorrências que se verificou em média e nos picos neste intervalo de tempo.

Portanto, Sr. Deputado, eu aceito discutir tudo e, mais, não quero virar a cara aos problemas que possam,

eventualmente, existir — não conte comigo para isso —…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro da Administração Interna: — … e que eu mandei apurar do ponto de vista da estrutura do

comando. A teimosia não é solução para problema algum. Agora, espero serenamente pela avaliação que a

estrutura está a fazer. Já disse nesta Assembleia, na Comissão, que farei toda essa discussão, mas, por favor,

Sr. Deputado, não ignore um conjunto de circunstâncias que são decisivas em muitas daquelas ocorrências e

que são factuais.

É só isso que quero que não seja ignorado para podermos fazer um debate sério e informado, como este

deve ser feito.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Agora, sim, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado para fazer perguntas pelo

PCP.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, já estávamos

habituados, e assistimos, ao Ministro Vítor Gaspar utilizar as condições meteorológicas para justificar a

ausência de crescimento. Ora, o exercício que o Sr. Ministro fez foi utilizar as condições meteorológicas para

justificar a calamidade que se verificou.

A verdade é que a calamidade que se verificou não responde exclusivamente pelas condições

meteorológicas. As vidas que se perderam, a calamidade que se verificou estão profundamente ligadas à

ausência de investimento por parte deste Ministério no que diz respeito aos meios de combate aos incêndios.

A verdade é que este Governo estrangulou financeiramente os bombeiros — ausência de recursos

humanos, ausência de recursos materiais…

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Onde?!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — A verdade é que foi este Governo que conseguiu degradar ainda mais os

meios de combate aéreo, o que levou também a estes resultados.

Mas, Sr. Ministro, o desinvestimento a que assistimos no nosso País no que diz respeito ao Ministério da

Administração Interna não se limita apenas ao combate aos incêndios. Nas forças de segurança, a falta de

investimento público reflete-se de uma forma dramática no efetivo e nas condições de trabalho.

Verifica-se não só a degradação das condições de trabalho dos agentes da PSP e o ataque aos direitos

laborais, o ataque aos salários, mas também a degradação das esquadras e do seu funcionamento. Também

por falta de investimento, a frota automóvel, em muitos casos, está a cair de podre. É fulcral, Sr. Ministro,

chamar a sua atenção para o não cumprimento da lei de programação de investimentos. A falta de