26 DE OUTUBRO DE 2013
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … e, em segundo lugar, porque também nunca será demais
salientar, face ao que ouvimos nesta Câmara, que o défice num País sem capacidade de financiamento
interna, como é o caso de Portugal, não é, ao contrário do que os Srs. Deputados muitas vezes afirmam, uma
decisão unilateral; o défice implica uma decisão do Governo português e, sobretudo, do Parlamento português,
é certo, mas implica também que haja, do ponto de vista do nossos credores externos, quem esteja disposto a
financiá-lo, quem esteja disposto a emprestar-nos dinheiro para financiarmos o défice.
Assim sendo, e atendendo a que estamos a falar de um acordo com esses mesmos credores, importa
perceber qual é a importância do seu financiamento e do seu cumprimento.
Ora, a importância é precisamente a de podermos ter um ajustamento muito menos severo do que aquele
que teríamos se entrássemos em bancarrota,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … em que teríamos imediatamente um défice de zero, esse, sim, um
ajustamento perfeitamente brutal e que teria um impacto muito negativo no poder de compra das famílias
portuguesas.
Importa deixar isto bem claro, porque esta é a dimensão da escolha em que o anterior Governo
infelizmente deixou o País.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — É escolher entre ter um défice zero ou ter um défice negociado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Em segundo lugar — e segundo facto importante —, importa também
salientar que quer o saldo primário, ou seja, o saldo do Orçamento, o défice sem o impacto dos juros da
dívida, quer o saldo estrutural, aquele que, de facto, depende do Governo, melhoraram muito
significativamente face ao que eram.
Terceiro facto, também ele concreto: muitas vezes, tem sido repetido que «são sempre os mesmos que
pagam, são sempre os rendimentos do trabalho».
O Sr. Paulo Sá (PCP): — É verdade!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Pois bem, para responder a esse argumento, gostava de lembrar que
Portugal, já em 2011, era o quinto país que mais tributava os rendimentos de capital em toda a União
Europeia,…
Vozes do CDS-PP: — Pois é!
Protestos do PS, do PCP e do BE.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … ainda antes da entrada quer da derrama estadual para as
empresas com lucros mais altos quer da contribuição extraordinária para a banca.
E eu gostava de lembrar, em relação a esse argumento, que este ano estamos a discutir no Orçamento do
Estado a manutenção quer da contribuição extraordinária da banca, quer da derrama estadual, quer uma
contribuição extraordinária para o setor da energia, como estamos também a discutir os fundos imobiliários
passarem a pagar IMI.
Quarto facto, que também me parece relevante: a economia. É bom lembrar, Srs. Deputados, como, aliás,
foi aqui dito ontem, e bem, que toda a pequena e média empresa ambiciona um dia ser uma grande empresa.
E todas as empresas, quer as pequenas, quer as médias, quer as grandes, são amigas da economia. As