1 DE NOVEMBRO DE 2013
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prazos e condições da dívida e dos juros e, simultaneamente, numa afirmação de responsabilidades pelos
nossos compromissos e de responsabilidade da Europa por todo o sistema, como um todo.
Numa palavra, este é um péssimo Orçamento de uma política e de um Governo que não percebe que a
experiência já demonstrou há muito que a austeridade exagerada se derrota a si mesma.
Este Orçamento vai causar mais recessão, vai trazer mais e mais sacrifícios inúteis às famílias, às
empresas, às pessoas e aos nossos concidadãos e vai atrofiar o potencial de crescimento da economia. Mas
estamos seguros de que não vai matar nem a esperança nem a vontade de mudança, nem, seguramente, a
determinação do Partido Socialista em lutar por um Portugal mais justo, mais desenvolvido, mais progressista,
mais livre.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para fazer perguntas ao Sr. Deputado Alberto Martins, os Srs.
Deputados José Ribeiro e Castro, do CDS-PP, e Miguel Santos, do PSD.
Uma vez que o Sr. Deputado Alberto Martins pretende responder em conjunto, tem, desde já, a palavra o
Sr. Deputado José Ribeiro e Castro.
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro,
Srs. Membros do Governo, Sr. Deputado Alberto Martins: O seu discurso foi na linha do discurso de hoje de
manhã do líder do PS, que disse que este não é um Orçamento, mas que são cortes. Aquilo que tenho a dizer-
lhe, Sr. Deputado, é que o Orçamento é da responsabilidade do Governo, mas os cortes são todos da vossa
responsabilidade!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Isto porque o Orçamento está submetido à necessidade de ajustamentos que são duros e difíceis e que
são todos consequência dos excessos dos vossos Governos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — O discurso do Sr. Deputado abundou em três mitos do discurso
do Partido Socialista.
Primeiro mito: o mito além da troica. No Memorando original, assinado por José Sócrates — que, suponho,
o Sr. Deputado conhece —, refere que o défice para 2014 deveria ser 4500 milhões de euros, cerca de 2,5%
do PIB. Essa era a meta a concretizar.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Neste ano, é proposto, no Orçamento — um Orçamento
exigente, muito difícil —, um défice de 6800 milhões de euros, 4% do PIB. Repito: é muito exigente.
Bem sei que o PS nos responde com um outro discurso, que é um «sub-mito»: o de que menores medidas
financeiras teriam, entretanto, atingido melhores resultados financeiros. É um mito em que só o PS acredita…
ou, melhor, nem o PS acredita. Fala, mas não crê.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — A pergunta que lhe faço é esta: está disposto o Partido
Socialista a convergir com a maioria e o Governo num esforço orçamental que é, afinal, inferior àquele que o
PS preconizou e assinou?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.