1 DE NOVEMBRO DE 2013
51
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Santos.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e
Srs. Deputados, Sr. Deputado Alberto Martins, do alto da sua cátedra, sentenciou que este Orçamento é um
Orçamento inconstitucional. Muitas acusações têm sido feitas, já não são deste ano, são de anos anteriores, e
a pergunta que lhe coloco, Sr. Deputado, é a seguinte: ao declarar que o Orçamento é inconstitucional, não
estará também o Sr. Deputado a exercer uma pressão ilegítima sobre o Tribunal Constitucional?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ou só funciona para uns e não funciona para outros? Uns são filhos e outros são enteados?!
Depois, o Sr. Deputado fez um exercício de retórica a que corresponde uma política que o PS prossegue,
que é a política do lamento. O Sr. Deputado lamenta o desemprego, lamenta as dificuldades dos jovens,
lamenta os cortes, lamenta o Orçamento, lamenta o défice, mas também é indiferente aos esforços dos
portugueses, também é indiferente à consolidação das finanças públicas, também é indiferente ao crescimento
de criação de empresas, também é indiferente às reformas estruturais, ao aumento histórico das exportações,
ao recuo das insolvências, ao recuo do desemprego que vinha crescendo desde 2008, à melhoria do acesso à
saúde.
Concluo, Sr. Deputado, que, na verdade, o PS não está é disponível para assumir qualquer risco, não está
disponível para assumir qualquer posição. Lava as mãos das suas responsabilidades, lava as mãos das
dificuldades, não assume uma real e estruturada política alternativa. Se não, Sr. Deputado, diga qual é a
política alternativa nas finanças públicas, o que propõe para o sistema judicial, que alterações na saúde, que
propostas para a economia e como intervém na segurança social. Partilhe connosco e com o País, Sr.
Deputado, esses segredos que, tão ciosamente, a sua bancada guarda.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Assuma as suas responsabilidades, que nós aceitamos todas as críticas e
sugestões, aliás, nós queremos as críticas e as alternativas, agora, não são para se lamentarem, têm de ser,
de facto, propostas alternativas e devidamente consubstanciadas.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Quais são?!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Quanto ao défice e às finanças públicas, Sr. Deputado, vamos percebendo
que o PS não quer aumentar impostos, ou seja, da parte da receita, zero. Da parte da despesa, também
percebemos que o PS não quer efetuar cortes ou, pelo menos, não quer efetuar estes cortes na despesa. A
pergunta consequente que se impõe é esta: que cortes na despesa é que o PS está disposto a assumir
perante a Assembleia e o País?
A propósito disto, Sr. Deputado, gostava de me referir a umas declarações feitas há poucos dias pelo porta-
voz do Partido Socialista, pelo braço direito da pessoa que está sentada à sua direita, que é o Sr. Secretário-
Geral do Partido Socialista, Deputado António José Seguro. O Dr. Brilhante Dias afirmava que ninguém, no
seu juízo perfeito, podia prometer redução de impostos. Ora, Sr. Deputado, isto não é prometer redução de
impostos, mas o PS, há duas semanas, apresentou aqui, nesta Câmara, três propostas que visavam reduzir o
IVA, o IRC e o IMI.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — É verdade!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Deputado Alberto Martins, a pergunta óbvia e consequente é muito
simples: quem é que não está no seu juízo perfeito? É o PS do Largo do Rato ou é o PS que se senta aqui
que não está no seu juízo perfeito?