1 DE NOVEMBRO DE 2013
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assegurou que as medidas a executar são equitativas, são abrangentes e são as estritamente necessárias. As
considerações de equidade estão presentes em duas principais garantias do Governo.
Por um lado, as disposições da proposta de Orçamento estabelecem que os portugueses com menores
rendimentos são protegidos. Esta preocupação é evidente, por exemplo, na construção da medida de
alteração da política remuneratória dos funcionários públicos. Os trabalhadores com remunerações iguais ou
inferiores a 600 € não são sujeitos à redução…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os outros são os «privilegiados»!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — … e os trabalhadores abrangidos pela medida nunca
receberão uma remuneração mensal inferior a 600 €.
Por outro lado, a proposta de Orçamento determina que todos os agentes da economia são chamados a
contribuir.
De facto, a introdução de medidas adicionais do lado da receita decorre precisamente desta preocupação,
tendo também como objetivo a correção de distorções específicas na economia. As considerações de justiça
social do Governo passam ainda por uma terceira preocupação: o esforço exigido na proposta de Orçamento é
o esforço adequado para assegurar o cumprimento das obrigações assumidas por Portugal no âmbito do
Programa e do enquadramento europeu.
Não é um esforço insuficiente nem é um esforço excessivo, é o esforço necessário.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Isto significa que a margem de manobra é estreitíssima, ou
seja, as propostas de alteração que surjam no âmbito da discussão que hoje lançamos e que o Governo
recebe com abertura terão de ter, no seu conjunto, um impacto global neutro. Só assim poderemos assegurar
que os objetivos essenciais do Orçamento se mantêm.
O Orçamento para 2014 é indissociável das principais lições que retirámos da crise que eclodiu em 2011. A
restrição financeira é incontornável e o ajustamento da economia é inadiável.
Durante muito tempo reinou o facilitismo, menosprezámos a importância da disciplina orçamental e
protelámos a transformação institucional que a adesão ao euro exigia. Em vez de aproveitarmos as
oportunidades criadas pelo acesso mais fácil ao financiamento, registámos um período de estagnação
económica e de aumento generalizado do endividamento. Estes erros geraram desequilíbrios de grande
dimensão que foram expostos no contexto da crise das dívidas soberanas da área do euro e conduziram, em
última instância, ao pedido de assistência financeira. Um pedido inevitável mas que veio demasiado tarde,
resultando num programa exigente e determinando um ajustamento abrupto.
Nos dois anos e meio que se seguiram, imperou a exigência, cumprimos o Memorando e acumulámos
credibilidade. Somámos progressos e avançámos no ajustamento. Executámos uma estratégia que deu
resultados e que criou condições para a recuperação da atividade económica. O facilitismo conduziu à
vulnerabilidade, a exigência abre caminho à prosperidade.
O Governo apresentou uma proposta de exigência porque o País requer um Orçamento de exigência e
porque este Governo tem um compromisso fundamental perante os portugueses: garantir que, no final da
Legislatura, o País está melhor do que em junho de 2011.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos à Sr.ª Ministra, os Srs.
Deputados Miguel Frasquilho, Pedro Marques, Pedro Filipe Soares, Paulo Sá, João Almeida, José Luís
Ferreira, João Galamba, Cecília Meireles, Duarte Pacheco, Mariana Mortágua e Miguel Tiago.
A Sr.ª Ministra responderá por duas vezes: uma, no final dos primeiros seis pedidos de esclarecimento, e
outra, no final dos restantes cinco.