22 DE NOVEMBRO DE 2013
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Vozes do PCP e BE: — Ninguém quer?!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Mas é preciso concluir o programa, é preciso um último esforço e um
último sacrifício.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Último?!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — O ajustamento no setor privado já se fez — e fez-se por via do
desemprego.
No setor público, na Administração Pública, o ajustamento é feito, por uma questão de equidade e por uma
questão de justiça, por via de reduções remuneratórias.
O Governo teve a preocupação, dentro daquilo que era imperativo e necessário, de fazer reduções
remuneratórias com equidade, justiça e imparcialidade, de forma progressiva, salvaguardando, por proposta
dos grupos parlamentares da maioria, os rendimentos até 675 €.
E reparem que na, proposta de artigo, se diz que se da aplicação da redução remuneratória resultar um
valor inferior a 675 €, se aplica apenas a redução necessária a assegurar a perceção desse valor sempre
líquido para o trabalhador.
É muito? É pouco? É o que se pode fazer! E será, possivelmente, a última vez que se fará isto. São
medidas transitórias, mas medidas necessárias, que procuram manter a justiça.
Para terminar, quero dizer o seguinte: é curioso que o mesmo partido que fez reduções de 10%, que achou
absolutamente aceitáveis,…
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — A partir de 1500 €!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … em momentos em que ele próprio tinha o discurso público de que o País
estava a crescer e de que não havia recessão, diga agora que é inadmissível fazer-se reduções
remuneratórias de 12%.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — E quanto ao argumento, que é verdadeiro, de que são rendimentos baixos
e que abrangem muitos portugueses, a única questão que coloco aqui é esta: qual foi o modelo de
desenvolvimento de 16 anos de governação socialista que impediu que os portugueses, nesse período,
aumentassem os seus rendimentos e tivessem uma economia mais pujante que permitisse uma remuneração
melhor? Foi um modelo de subsidiação, um modelo de despesa do Estado, um modelo de atrofia do mercado
e da atividade empresarial, que deu no que deu. E nós agora estamos a fazer os ajustes que são necessários
para que possamos sair desse ciclo de não crescimento.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. António Gameiro (PS): — Quando?!
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente António Filipe.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública (Hélder Rosalino): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: Gostaria de começar por lembrar, primeiro, que estas reduções salariais substituem e não
acumulam com as reduções salariais aprovadas em 2011 pelo Governo anterior, num momento em que ainda
não estávamos sob um Programa de Assistência, e, segundo, que as reduções salariais, aplicadas em 2011,