22 DE NOVEMBRO DE 2013
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Vozes do PS: — Há, há!…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Não ameacem as pessoas com fantasmas, porque isso é inútil! Não há cortes
retroativos!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Na questão das pensões de sobrevivência estão em causa dois aspetos fundamentais. Por um lado, está
em causa a salvaguarda da sobrevivência dos sistemas públicos de pensões em Portugal. Temos um grave
problema de sobrevivência dos sistemas públicos de pensões em Portugal, sendo que é preciso salvaguardar,
em nome dos atuais e dos futuros pensionistas e daqueles que descontam para estes sistemas, que os
mesmos persistem.
Por outro lado, é preciso que estes sistemas sejam equitativos. Este Governo demonstra que há equidade
neste corte porque, nomeadamente, não haverá cortes nas pensões abaixo de 2000 € e está previsto um
conjunto de exceções notável.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — 600 €!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Portanto, o que está em causa é a sustentabilidade dos sistemas públicos de
pensões e a equidade social naquilo que estes fazem, ou seja, dar mais a quem mais precisa, como este
Governo faz com o aumento das pensões mínimas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida, para uma intervenção.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: Chegamos, de facto, ao último artigo do debate de hoje, altura em que estamos a debater
matérias relativas a pensões, a prestações sociais e ao Memorando de Entendimento. Convém sermos sérios
neste debate.
Ouvimos, durante esta manhã, várias vezes, referências da bancada do Partido Socialista que não eram
inexatas, eram, sim, falsas! Ouvimos dizer, por exemplo, que na Irlanda não havia cortes para rendimentos
abaixo de 30 000 €, quando os cortes foram feitos para rendimentos a partir de 15 000 €, ou seja, exatamente
metade. É falso o que foi afirmado neste Parlamento, e é falso em 100%!
É falso que a versão inicial do Memorando de Entendimento não falasse de um corte do subsídio de
desemprego e do subsídio de doença. Veja-se o ponto 1.13 do Memorando na versão original, que refere um
corte com prestações de desemprego de 150 milhões de euros. Como é que se corta 150 milhões de euros
nas prestações de desemprego sem cortar o subsídio de desemprego? É mentira o que aqui acabou de ser
dito!
É também mentira o que aqui foi dito sobre os cortes em pensões, relativamente ao ponto 1.11 da versão
inicial do Memorando.
O ponto 1.11 do Memorando da versão inicial previa uma poupança de 445 milhões de euros em pensões.
Como era possível poupar 445 milhões de euros em pensões se não fosse em pensões a pagamento? É
verdade que não é um corte retroativo, nem esse nem este — nenhum dos cortes se refere a pensões que já
foram pagas —, mas uns e outros eram para pensões a pagamento, Srs. Deputados! Poupar 445 milhões de
euros exigia que se cortassem pensões a pagamento.
Mas convém aqui lembrar que esse não era o argumento inicial do Partido Socialista.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — O argumento inicial do Partido Socialista era o de que não se
podia aplicar condição de recursos a pensões contributivas.