22 DE NOVEMBRO DE 2013
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Quero salientar que este artigo mostra,
mais uma vez, que, num tempo de grande austeridade, num tempo de grande rigor orçamental, o Governo tem
preocupações sociais.
Assim, o Governo, através deste artigo, permite a majoração de 10% do subsídio de desemprego para
casais com filhos a cargo que tenham ambos perdido o seu posto de trabalho. E saliente-se que é 10%, não
na totalidade, mas 10% de subsídio de desemprego para cada um dos cônjuges.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Mais: salvaguarda também as situações mais carenciadas, com particular
destaque no combate à pobreza infantil, com regras de reavaliação do abono de família, o enfoque em 100
novos contratos locais de desenvolvimento social, a celebrar, e a prioridade nas medidas que teremos para
fundos estruturais e de investimento.
Portanto, e para concluir, diria que, mais uma vez e no meio de um Orçamento de grande rigor, este é um
caso em que se mostra grande preocupação social, tal como no anterior que aqui discutimos, das pensões
mínimas social e rural, em que se procura proteger as famílias que devido às circunstâncias da crise se
encontram mais afetadas nos seus rendimentos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Seguem-se duas propostas de aditamento de um novo artigo 115.º-A — Alteração ao
Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de novembro, apresentadas, respetivamente, pelo PCP e pelo BE, e uma
proposta, também de aditamento de um artigo 115.º-A — Prorrogação do subsídio social de desemprego,
apresentada pelo PS.
Para intervir sobre esta última proposta, está inscrita a Sr.a Deputada Idália Salvador Serrão.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
A taxa de desemprego atingiu 15,6% no terceiro trimestre deste ano. O desemprego desceu, é uma boa
notícia. Baixar é melhor do que aumentar. Mas não vamos enganar os portugueses. O número de empregados
baixou 2,2%, face ao trimestre homólogo do ano passado. Destruíram-se mais cerca de 102 000 postos de
trabalho.
Apesar de, no último ano, terem saído do País mais de 100 000 portugueses e de esta emigração ter um
rosto jovem e muito qualificado, a taxa de desemprego juvenil situa-se nos 36%. Portugal tem hoje cerca de
150 000 jovens desempregados.
Se incluirmos nesta lista de portugueses sem trabalho os que não estão a trabalhar, que já desistiram de
procurar emprego, e lhe juntarmos os inativos, a taxa real de desemprego sobe dramaticamente para mais de
20%. E estes são dados preocupantes.
Mais de metade da população desempregada não possui qualquer apoio financeiro na situação de
desemprego. É nesse sentido que o Partido Socialista vem propor que se prolongue por mais seis meses a
atribuição do subsídio social de desemprego, tanto mais que o Governo, neste Orçamento do Estado, uma vez
mais, e pela segunda vez, «com uma mão dá e com uma mão tira», porque, neste Orçamento do Estado, está
a cortar 6% nos subsídios de desemprego e 5% no subsídio de doença.
Tanto o Governo como a maioria têm aqui uma oportunidade para não serem tão injustos e tão
massacrantes com aqueles portugueses que não têm emprego.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria das Mercês
Soares.