I SÉRIE — NÚMERO 18
46
A Sr.ª Presidente: — Pelo PS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Sr. Deputado Adriano Rafael
Moreira, convém repetir pela enésima vez, sempre repetir, que no Memorando de Entendimento estava
salvaguardado o descongelamento das pensões mais baixas.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Que estavam congeladas!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Portanto, o Governo e a maioria não fazem mais do que cumprir o que
estava no Memorando de Entendimento sobre esta matéria. Logo, estes pensionistas não devem nada à
sensibilidade do Governo mas, sim, ao cumprimento do disposto no Memorando!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Porém, se este aumento estava previsto no Memorando, o aumento das pensões mínimas pelo Governo
tem sido feito à custa da fragilização do complemento solidário para idosos e de cortes feitos no mesmo.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — E o PS também não se cansará de repetir este facto.
O complemento solidário para idosos provou ser o instrumento mais poderoso de combate à severidade da
pobreza num dos grupos mais vulneráveis e mais fragilizado, grupo que continua a ser dos mais fragilizados
com as políticas do Governo.
Portanto, o PS opõe-se a uma opção que é só — e, repito, só — deste Governo, que é a de fragilizar o
instrumento que nos últimos anos mais combateu a pobreza dos idosos em Portugal e no resto da Europa. E
digo-o porque, quando comparamos com outros países europeus, percebemos que foi Portugal quem mais
sucesso teve na redução da pobreza dos idosos e esta é uma opção inaceitável e da exclusiva
responsabilidade desta maioria e deste Governo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo, do CDS-PP.
A Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Num debate sério, e retórica à parte,
tenho de agradecer à Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos o facto de ter admitido aqui que efetivamente foi o PS
que congelou as pensões mínimas social e rural.
Aplausos do CDS-PP.
E, quando falamos em congelar as pensões mínimas social e rural, falamos em congelar pensões de 189 €,
de 227 € e de 246 €!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Então, e as de 274 €?
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Portanto, esse ato de contrição é bem-vindo. Mas faltou dizer o resto, Sr.ª
Deputada! Faltou dizer que nos cinco ou seis anos seguidos de governação que o PS teve subiu menos estas
pensões do que este Governo subiu nos últimos dois anos e no terceiro ano que vai entrar.