I SÉRIE — NÚMERO 19
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viesse aqui falar de PPP ou da fatura com as PPP era o Partido Socialista, porque, de facto, é preciso não ter
vergonha, para não dizer outra palavra, para vir falar em PPP ou em taxar PPP,…
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — … quando grande parte dos contratos, que são oriundos precisamente
dos tempos em que o Partido Socialista foi Governo, tem uma coisa que se chama risco fiscal, a qual permite
imputar ao Estado aquilo que for a taxação que queiram fazer sobre esses contratos. Portanto, de facto, é uma
vergonha ouvir falar de taxar PPP, da parte do Partido Socialista!
Outra coisa que também quero dizer ao Partido Socialista é o seguinte: o Partido Socialista quer cortar,
grosso modo, 120 a 150 milhões nas parcerias público-privadas, o que corresponde a cerca de metade daquilo
que o Governo se propõe cortar ou, melhor, já está a cortar com os contratos das parcerias público-privadas,
que são 300 milhões de euros. É metade, Srs. Deputados!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Onde é que estão os contratos?!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Geralmente, da oposição, com esse discurso todo, de vulgarização da
discussão, de clima de demagogia política, de declarações públicas de índole partidária, esperar-se-ia que o
corte fosse muito superior àquele que o próprio Governo tem inscrito no Orçamento do Estado, que são 300
milhões de euros, mas não, o Partido Socialista pretende cortar metade daquilo que o próprio Governo já corta
neste Orçamento do Estado, que são 300 milhões de euros. A ambição não está no nome, a ambição está no
corte efetivo de 300 milhões de euros nos contratos de parcerias público-privadas que herdámos.
Ninguém lamenta mais do que nós, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua e Sr. Deputado Miguel Tiago, a fatura
de parcerias público-privadas que temos em cima da mesa para pagar! Ninguém lamenta mais do que nós e
do que o Governo!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Blá, blá, blá! Acabem com elas!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — A última coisa de que gostaríamos era ter de suportar estes encargos que
herdámos e que, no Orçamento do Estado para 2014 (disse bem, Sr. Deputado Miguel Tiago), representam
um acréscimo de 776 milhões de euros face ao ano passado. E sabe porquê? Porque mandaram fazer
subconcessões — sete, ao que parece — e a fatura aparece para pagar no ano que vem.
Protestos do PCP.
É fácil mandar fazer PPP, é muito mais fácil «cortá-las» e acabar com elas.
O que aconteceu foi exatamente o que referi: no Orçamento de Estado para 2014 está uma fatura, que
herdámos, de parcerias que não mandámos fazer.
Aplausos do PSD.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Isso não é verdade!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Agora, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo:
Gostaria de dizer que, de facto, o arrependimento em si mesmo não é nada de grave.
Refiro-me ao arrependimento do Partido Socialista quanto àquele que é um dos piores momentos da
gestão do Governo do Eng.º José Sócrates. Vem agora, aqui, o mesmo partido pedir perdão por esse erro…
Protestos do Deputado do PS João Galamba.