I SÉRIE — NÚMERO 20
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… em taxas de conservação de esgotos calculadas exatamente com base nos valores tributários dos
prédios urbanos. É o cúmulo da incoerência, Sr.ª Deputada!
Sr.ª Deputada, é por estas e por outras que IMI, preocupações sociais e preocupações com as famílias não
«casam» com o PS! Não «casam» porque, nesta matéria, no centro das preocupações do PS apenas há
espaço para o incumprimento das responsabilidades do passado e a obtenção de dividendos eleitorais no
futuro.
Aliás, a este propósito, Sr.ª Deputada, deixe-me dizer que isto explica, em grande medida, as notícias que
nos últimos dias, sistematicamente, foram veiculadas na comunicação social, dando contra que o IMI a liquidar
no ano de 2014 já não beneficiaria da cláusula de salvaguarda, o que é, como todos sabemos mas que alguns
preferem fazer de conta que não sabem, uma grande, uma enorme, uma gigantesca, uma colossal mentira
que nós nunca nos cansaremos de denunciar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida, do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, muito rapidamente para
assinalar a importância da proposta 522-C, do PSD e do CDS-PP, que vai no sentido de isentar de IMI as
explorações agropecuárias.
É muito importante que num momento como este, em que há condicionamentos externos para poder
intervir a fundo em algumas fiscais, se consiga dar pequenos sinais que são importantes para a nossa
recuperação económica.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — O setor agropecuário tem sido essencial quer para o aumento da
nossa capacidade exportadora quer para a resistência em relação ao desemprego, criando centenas de novos
postos de trabalho. Por isso, é muito importante para setores como, por exemplo, a exploração de leite que
haja esta isenção de IMI, se reduzam os custos fiscais e, assim, se aumente a produtividade deste setor
agropecuário.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, voltando atrás, à
questão das cláusulas de salvaguarda, diria que a incongruência do discurso do PS foi já provada à saciedade
pelas intervenções anteriores, pelo que não vou repetir os argumentos que foram apresentados. Porém, quero
sinalizar um ponto, por uma questão de verdade do discurso.
Os Grupos Parlamentares do PSD e do CDS-PP, em novembro de 2011, apresentaram não uma mas três
cláusulas de salvaguarda. A primeira, a cláusula de salvaguarda especial, abrange todos os agregados
familiares com rendimentos até 4800 euros. Esses vão continuar a beneficiar da cláusula de salvaguarda por
tempo indeterminado. É a forma de os partidos que apoiam a maioria e de o Governo afirmarem o princípio da
equidade social na austeridade. Esses nunca terão um aumento do IMI anual superior a 75 euros. E, Sr.ª
Deputada, esta cláusula não é de somenos! Ao abrigo desta cláusula estão salvaguardadas, estão defendidas
mais de um milhão de famílias, em Portugal.
Em segundo lugar, outra cláusula que foi também proposta por estas bancadas e foi aprovada sem o voto
favorável do PS, tem a ver com a cláusula específica para as rendas antigas. Não obstante a reforma do
arrendamento, continua a haver situações de rendas antigas congeladas. Pois bem, estas bancadas
propuseram que o IMI nunca possa ser superior ao valor da renda que está congelada e que, por isso, não
pode ser alterada. Mais uma vez está a afirmar-se o princípio da equidade social na austeridade sem a
participação e sem o voto favorável do PS.