I SÉRIE — NÚMERO 21
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — O que aconteceu com este setor, mas também com o setor da energia, foi
uma penalização brutal de milhões de famílias neste País com o aumento do IVA por parte deste Governo, o
qual continua a um nível exorbitante em relação à eletricidade, em relação ao gás natural, em relação a preços
que são dos mais elevados da Europa.
Esta é uma política que tem de ser confrontada e, mais uma vez, aqui, neste Plenário, os Deputados da
maioria são confrontados com a votação, porque vão ter de votar especificamente estas medidas, da proposta
que o PCP traz para diminuir a carga fiscal sobre este setor.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr. ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: Quero corroborar aquilo que acabou de ser dito pelo Sr. Deputado Bruno Dias e que trouxe alguns
protestos por parte dos Deputados das bancadas da maioria.
Porém, queria fazer mais, queria lembrar aquilo que há exatamente um ano foi dito sobre o IVA da
restauração por Deputados da bancada do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Dizia um Deputado do PSD que há excesso de estabelecimentos
no setor da restauração. Recordam-se, Sr.as
e Srs. Deputados?!
Depois acrescentava um Sr. Deputado do CDS que isto era uma forma de regular o setor. Está regulado,
Sr.as
e Srs. Deputados!
Porém, quero perguntar o seguinte: quantos empregos custou esta regulação?
Os senhores têm consciência do que dizem e, pior, daquilo que fazem e das consequências diretas das
vossas opções políticas?
O IVA da restauração foi um dos erros mais crassos que o Governo e a maioria cometeram e não são
capazes de emendar este erro?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não querem!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes) — Podia haver esperança que, neste Orçamento, pudessem
«emendar a mão» e voltar atrás com esta medida profundamente recessiva e que fabrica diariamente
desemprego.
Sr.as
e Srs. Deputados, esta é a vossa irresponsabilidade!
Sr.ª Presidente, nós, Os Verdes, avocámos também para este Plenário o aumento do IVA na eletricidade e
no gás. Aquilo que se está a passar — e «desçamos à terra», Sr.as
e Srs. Deputados, ao País real — é que as
pessoas viram os seus rendimentos cortados, ficaram com menos poder de compra e com menos capacidade
de pagar serviços essenciais, por exemplo, a eletricidade. Há pessoas, neste País, com luz cortada em casa
porque não têm capacidade de pagar eletricidade e o Governo e a maioria não podem fechar os olhos a esta
realidade. Ou seja, há pessoas que estão sem serviços básicos nas suas habitações, sem qualidade de vida,
porque não têm possibilidade de proceder a esse pagamento.
Digo isto para demonstrar que estas medidas tomadas pelo Governo, designadamente os aumentos do
IVA, têm contribuído para um empobrecimento dos portugueses e da nossa economia. São políticas erradas
que merecem a nossa maior contestação e, por isso, considerámos apresentar no Orçamento do Estado
propostas que emendassem estes erros. Qual foi a resposta da maioria? Foi «bater o pé» e dizer que «daqui
não saímos, nós é que mandamos». Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, o povo há de mandar-vos algum recado.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.