5 DE DEZEMBRO DE 2013
35
euros, em 2010, e para 15 milhões de euros, em 2011. Ou seja, de ano para ano, reduzia em mais de 50% o
volume de negócios daquela empresa.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É preciso talento
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Quem é que estava no Governo, Sr. Deputado? Lembra-se?
Sr. Deputado Jorge Fão, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, empresa pública, são uma empresa
que tem, no total, entre empresa privada e empresa nacionalizada, cerca de 70 anos, ou muito próximo disso.
Desde, pelo menos, 2000 (e não vou referir dados anteriores), esta empresa acumula prejuízos, que atingiram,
no ano em que menos prejuízos deu, os 2 milhões de euros e, no ano em que mais prejuízos deu, em 2010,
os 41 milhões de euros.
Em 2000, o Governo de centro-direita (coligação PSD/CDS) procurou soluções para aquela empresa. E
esta foi a solução agora encontrada para a construção naval se manter em Viana do Castelo.
Por outro lado, quero corrigir uma afirmação do Sr. Deputado. É que sempre foi dito por parte do Governo
— incluindo o Sr. Ministro da tutela — que tudo faria para manter a construção naval em Viana do Castelo, que
é aquilo que está a ser feito, neste momento.
E, já agora, Sr. Deputado, agradecia que o senhor dissesse pelo menos uma palavra sobre qual é a
posição do Partido Socialista para a empresa que ganhou a subconcessão. É que se, ao contrário do apelo
que o senhor fez agora, de parar o processo de subconcessão, ele não for parado, qual é a palavra que o
senhor tem para uma empresa que vai iniciar atividade, contratar trabalhadores, procurar encomendas e
manter a construção naval em Viana do Castelo, distrito pelo qual tanto o Sr. Deputado como eu fomos
eleitos? Qual é a palavra que o senhor tem para a empresa que está a preparar todo este processo? É que, ao
contrário do que se anda a dizer, o anúncio da contratação de 400 trabalhadores para aquela empresa não foi
feito num discurso ao acaso ou numa entrevista inflamada, foi uma comunicação feita pela própria empresa
para a CMVM, onde a empresa está cotada, onde a empresa está internacionalizada e onde a empresa tem
experiência. E esta questão de as empresas privadas não serem capazes de gerir bem, ou de não serem
capazes de ter bom emprego, é uma questão que me deixa muitas dúvidas, porque há muitas empresas que,
depois de terem sido privatizadas,…
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — … passaram a ter bom trabalho, bons salários,…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — … boa proteção para os seus trabalhadores e com uma condição que,
neste momento, não acontece nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que é dar lucro. E, dando lucro,
pagando impostos ao Estado, em vez de absorver verbas do Estado, porque só entre 2006 e 2011 — e vou
terminar, Sr.ª Presidente —, o Estado teve de gastar, em média, mais de 35 milhões de euros por ano para
manter a empresa em funcionamento.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Fão.
O Sr. Jorge Fão (PS): — Sr.ª Presidente, agradeço as perguntas e as considerações dos Srs. Deputados
Mariana Aiveca, Carla Cruz e Abel Baptista. Mas permitam-me, antes de responder às questões e comentar
algumas das considerações que teceram, referir-me à questão colocada pelo Sr. Deputado José Luís Ferreira
— a quem peço desculpa por não o ter feito há pouco — sobre as ajudas, consideradas ilegais pela Comissão
Europeia, aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.