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I SÉRIE — NÚMERO 23

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Nesse sentido, o CDS vem dizer «ainda bem que a prova acabou». Mas eu gostaria de perguntar o

seguinte. Afinal, a posição do CDS é a de que a prova é má. Mas, se for só para alguns, já é boa? Já presta?

O Sr. Deputado falou em negociação. Não sei de que negociação exatamente é que está a falar, porque a

verdade é que houve um recuo «assim-assim» do Sr. Ministro da Educação, recuo esse que se deve à luta

dos professores e professoras e à trapalhada que foi surgindo em todo o lado com a implementação da dita

prova, com gente que nem sequer podia ter acesso à mesma, ou que tinha de pagar viagens de avião para

poder realizar a prova, ou que tinha de pagar os ditos 20 €. Ou seja, o Ministério está com falta de dinheiro e

punha esta gente a pagar rapidamente com algum dinheiro.

Portanto, explique-nos o seguinte, Sr. Deputado: para o CDS a prova não presta, mas se for para quem

tem menos de cinco anos de experiência, já presta? Esta posição da parte do CDS é que não faz qualquer

espécie de sentido.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Cardoso e Sr.ª Deputada

Cecília Honório, agradeço os vossos comentários e considerações.

Devo dizer-lhes, no entanto, Srs. Deputados, que é circunstancial estar a falar hoje sobre a valorização que

o CDS faz dos entendimentos que se alcançam — neste caso, com a UGT — por ter havido esse sobre a

prova de acesso. De facto, poderia falar-se sobre os que já houve em relação a muitas outras matérias.

A questão que queremos frisar e que acreditamos ser positiva para o País e, nesse sentido também, para o

sistema educativo, como o Sr. Deputado António Cardoso referiu, é a possibilidade de haver sindicatos e

governos que se sentam à volta de uma mesa para dirimir um desentendimento. Neste caso concreto até era

um desentendimento profundo, porque havia posições muito vincadas e já tinha havido a tentativa, não levada

a termo, de conseguir um entendimento de que alguns sindicatos e o Governo podem sentar-se a uma mesa,

dirimir os seus desentendimentos e chegar a uma conclusão, de onde todos saem satisfeitos, porque, caso

contrário, não classificariam essa mesma solução de entendimento.

Portanto, julgamos que é isso que nos deve convocar para perceber se este tipo de diálogo, este tipo de

abertura, é ou não muito mais propício para a qualidade do sistema — neste caso, o educativo, mas podíamos

dizer para as leis laborais e para outras áreas da governação — ou se é o puro e duro choque, em que cada

lado está fechado na sua posição, fechado em copas, não se deixando movimentar, não se obtendo com isso

grandes resultados. Seja o Governo, porque mantém uma agitação que não é promotora da estabilidade,

neste caso da qualidade dentro das salas de aula, mas poderíamos dizer também dentro das repartições

públicas ou até dentro das empresas privadas; seja, por outro lado, os sindicatos, que justamente defendem a

sua posição mas que, se não conseguirem o acordo, também não a levam a lado nenhum.

É verdade que ouvimos muitas vezes algumas forças parlamentares — até desprezando o Parlamento,

francamente! — dizer que é na luta e na rua que se resolvem os problemas. Ora, aqui vemos que não. Vemos

que é exatamente sentando as pessoas com uma atitude de sensatez e bom senso de volta de um problema

que o mesmo é resolvido.

Os senhores podem dizer que é um recuo, que é marcha atrás. Mas podem chamar-lhe outra coisa, dizer

que é um avanço, porque o que aconteceu no final foi que houve duas partes que disseram «sim, senhor, nós

concordamos com estas condições mínimas».

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Houve um acordo!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Isso é que é importante.

Foi, pois, isso que quisemos frisar, até porque amanhã a questão concreta da prova estará em debate.

A Sr.ª Deputada Cecília Honório referiu também a questão do PISA, que tenho a certeza que teremos

oportunidade de debater.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É já a seguir!