5 DE DEZEMBRO DE 2013
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Dir-lhe-ei mais: as reservas que o Partido Socialista apresentou em sede de Comissão, e que volta a
apresentar, significam apenas e só o seguinte: a Decisão de 2009, cuja urgência não negamos, mas essa
mesma urgência não é compatível com, ao longo do último ano, não ter sido renomeado o Procurador-Geral…
A S.ª Ministra da Justiça: — O Procurador-Geral?!
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — … e ela era tão urgente que, se calhar, já podia ter sido feito, mas
diz-se, nesta Decisão, que a presente Decisão não afeta a forma como os Estados-membros organizam o seu
sistema judiciário.
E, Sr.ª Ministra, o que não fica explicado neste debate, nem com a resposta que deu às perguntas que lhe
foram colocadas, é por que razão, com que fundamento se alterou a forma de nomeação do nosso
representante na Eurojust, numa altura em que é tão importante esta nomeação e esta designação.
Não sou eu que coloco em causa apenas o princípio da autonomia e o possível ferimento constitucional do
princípio da autonomia do Ministério Público.
E há uma coisa que a Sr.ª Ministra, com a sua experiência profissional, sabe: é que a autonomia do
Ministério Público existe para impedir que o Ministério Público se torne um instrumento político.
A Sr.ª Ministra da Justiça: — Isso é o que os senhores faziam!
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — É por isso que digo, Sr.ª Ministra, que se esvaziarmos as
competências do Ministério Público nesta matéria, estamos a dar um poder ao Governo que não é, talvez,
legítimo e é objeto de discussão em sede de especialidade.
E é por ser em sede de especialidade que eu espero que possamos ouvir a Sr.ª Ministra com mais tempo
— não numa grelha destas de Plenário —, e, por isso mesmo, solicitava às bancadas da maioria e também ao
Governo que esta proposta de lei, na próxima sexta-feira, baixasse à Comissão sem votação, para que melhor
se analisem as questões que suscitam reserva, não apenas a esta bancada, mas à Ordem dos Advogados, à
Procuradoria-Geral da República e também ao Sindicato do Ministério Público.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O PS dá-lhe a mão. Aproveite, Sr.ª Ministra!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Não havendo mais inscrições, fica assim concluído o último ponto da
nossa ordem de trabalhos de hoje, não sem antes nos despedirmos da Sr.ª Ministra da Justiça e da Sr.ª
Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade.
Antes de a Mesa fazer o anúncio, tão breve quanto possível, da ordem do dia de amanhã, vou passar a
palavra à Sr.ª Secretária, Deputada Paula Cardoso, para dar conta de um parecer da Comissão para a Ética, a
Cidadania e a Comunicação, que teremos de votar, e anunciar um projeto de deliberação que deu entrada na
Mesa.
Sr.ª Secretária, tem a palavra.
A Sr.ª Secretária (Maria Paula Cardoso): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, a solicitação do Tribunal
Judicial de Montemor-o-Velho, Processo n.º 294/XII.9TAMMV, a Comissão para a Ética, a Cidadania e a
Comunicação decidiu emitir parecer no sentido de autorizar o Sr. Deputado Laurentino Dias (PS) a intervir no
processo no âmbito dos referidos autos.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.as
e Srs. Deputados, vamos proceder à votação.
Pausa.
Não havendo pedidos de palavra, vamos votá-lo.