7 DE DEZEMBRO DE 2013
15
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Srs. Deputados, passamos ao ponto 3 da agenda, que consiste na
apreciação da petição n.º 249/XII (2.ª) — Apresentada pelo STAL — Sindicato Nacional dos Trabalhadores da
Administração Local e Regional, solicitando à Assembleia da República a defesa dos serviços públicos e dos
postos de trabalho, procedendo à alteração da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, conjuntamente, e na
generalidade, com os projetos de lei n.os
424/XII (2.ª) — Garante a internalização dos trabalhadores que se
encontrem a desempenhar funções ao serviço de serviços municipalizados a extinguir ou de empresas
municipais a dissolver por força do disposto na Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, e define o estatuto dos
trabalhadores que lhes estão afetos (PCP) e 422/XII (2.ª) — Defende os serviços públicos e os postos de
trabalho afetos à atividade empresarial local e das participações locais (primeira alteração à Lei n.º 50/2012,
de 31 de agosto, que institui o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais (BE).
Para apresentar o projeto de lei do PCP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: A primeira palavra do PCP dirige-se,
naturalmente, ao STAL, que dinamizou esta petição, e aos mais de 6000 subscritores que, com esta petição,
trouxeram à Assembleia da República um problema que consideramos de grande importância. Importância,
porque podem estar em causa os postos de trabalho de milhares de trabalhadores; importância, porque pode
estar em causa a prestação dos serviços públicos que devem continuar a ser prestados por entidades
públicas. E podemos afirmar que partilhamos das mesmas preocupações quanto aos pressupostos desta
petição.
A lei do setor empresarial local, com os critérios que lhe permite extinguir empresas municipais… Aliás,
queria aqui dizer, desde já, que nós nunca acompanhámos a proliferação destas mesmas empresas
municipais, mas a verdade é que urge resolver um problema que está relacionado com a vida das pessoas e
que não pode passar em claro pela Assembleia da República.
Por isso, trazemos aqui um projeto de lei que, caso os Srs. Deputados demonstrem vontade de resolver o
problema, pode ser uma solução e podemos dar aqui, hoje, um passo significativo em dois sentidos: na
garantia e na salvaguarda de todos os postos de trabalho, no caso da extinção das empresas municipais, e
também na garantia de que os serviços públicos se mantêm sob a esfera pública,…
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … ou seja, que são assumidas diretamente pelos municípios todas estas
atribuições e competências, e não empurradas para o setor privado. Porque o que pode estar subjacente,
também, à lei que foi aprovada pelo PSD e pelo CDS é empurrar os municípios face a todos os
condicionalismos que lhes são impostos — seja pela lei dos compromissos, seja pelos condicionalismos do
PAEL (Programa de Apoio à Economia Local), seja pelas restrições da contratação de trabalhadores, seja pela
asfixia financeira. O que pode estar aqui em causa, para além do despedimento de milhares de trabalhadores,
é empurrar os municípios para entregar estes serviços públicos a entidades privadas, por impossibilidade de
os poder assumir diretamente.
Srs. Deputados, queria aqui reafirmar o seguinte: estamos disponíveis para resolver este problema,
estamos disponíveis para o debate na especialidade; haja vontade, também, dos outros grupos parlamentares
para a resolução destes problemas.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto,
do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Permitam-me que, em primeiro lugar,
saúde o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, que teve a iniciativa desta
petição, e também os cidadãos e as cidadãs, em número superior a 6000, que assinaram a petição e que a
dirigiram à Assembleia da República.