7 DE DEZEMBRO DE 2013
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Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — É que, na verdade, Sr.as
e Srs. Deputados, estas iniciativas não pretendem
mais do que impor aos municípios o que agora é livre e opcional. Não pretendem mais do que coartar aos
municípios a liberdade de encontrar a solução que cada um considere mais adequada ou que sirva os
interesses públicos do seu concelho.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: E como se isto não bastasse, observamos, de igual modo, que
estas iniciativas não só não resolvem como desconsideram.
As bancadas à esquerda, ao abrigo da velha retórica de que são os únicos que saem em defesa dos
trabalhadores, pretendem a internalização nos municípios de todos os trabalhadores provenientes das
entidades a extinguir, por via de um procedimento concursal de ingresso a eles exclusivamente destinado.
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
Nestas circunstâncias, pergunto concretamente à Sr.ª Deputada Helena Pinto: quando se abre um
concurso de recrutamento e seleção, não há vários opositores? Então, abrir um concurso exclusivamente
direcionado para aqueles destinatários em concreto e previamente identificados, não contraria a génese de um
concurso?
Vozes do PSD: — Exatamente!
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Sejamos sérios, Srs. Deputados! Num concurso, não existem candidatos
previamente selecionados.
Protestos do BE e do PCP.
Admitimos que estejam preocupados com esses trabalhadores. Nós também estamos. Nós partilhamos
dessas preocupações.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Partilham?! É por isso que roubam nos salários?
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Mas isso não pode sustentar propostas bizarras — para não as classificar
de outro modo — como estas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os trabalhadores vão dar-lhe a resposta!
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Por fim, quero ainda reforçar, Sr.as
e Srs. Deputados, que estas iniciativas
não só não resolvem como discriminam. Discriminam porque, como bem sabem, existe uma tabela
remuneratória da função pública com valores bem diferentes dos que se praticam nas empresas. E os
Deputados do Bloco de Esquerda e do PCP, numa posição meramente demagógica e populista, vêm defender
que os trabalhadores das empresas locais ingressem automaticamente nos mapas dos municípios e transfiram
consigo os direitos adquiridos, que é o mesmo que dizer uma remuneração muitas vezes superior à dos seus
pares com anos e anos de carreira.
Para terminar, Sr. Presidente, se me permitir, gostaria de dizer que por muito que se procure encontrar uma
solução que satisfaça todos os trabalhadores das empresas locais, esta não é, de facto, a via mais justa, mais
transparente e mais equitativa.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.