I SÉRIE — NÚMERO 27
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Em terceiro lugar, a desvalorização das entidades regionais. Por um lado, da Entidade Regional de Turismo
do Algarve, que hoje, praticamente, não tem voz do ponto de vista da política regional de promoção, por outro,
pior do que isso, o subfinanciamento, a redução do financiamento à Universidade do Algarve.
A Universidade do Algarve é uma instituição com uma enorme centralidade na região…
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — … e, porque esta questão não foi abordada pelo Partido Comunista, gostaria
de, aqui, a deixar.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado Paulo Sá, tem a palavra para responder.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Miguel Freitas, agradeço o
conjunto vastíssimo de questões que colocou. Compreenderá que não poderei responder a todas, mas acerca
da sua afirmação de que não tínhamos abordado a questão da Universidade do Algarve, quero dizer-lhe que,
durante as nossas Jornadas Parlamentares, tivemos oportunidade de ter um encontro com o reitor da
Universidade do Algarve e de abordar precisamente as questões do subfinanciamento crónico desta
instituição, que põe em risco o seu futuro.
Quanto às questões que levantou sobre a saúde, quero dizer-lhe que o PCP, desde o primeiro momento,
se opôs à fusão dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos num único centro hospitalar, porque sabemos que
esta medida tem motivações meramente economicistas e vai pôr em causa a qualidade de saúde no Algarve.
Denunciámos também que esta fusão dos hospitais iria traduzir-se, mais cedo ou mais tarde, num objetivo
que o Governo pretende com estas fusões, que é a redução de serviços e valências com o objetivo de reduzir
a despesa pública com a saúde.
E tememos que se passe o mesmo que aconteceu há uns anos com a criação do Centro Hospitalar do
Barlavento Algarvio. Quando os hospitais de Portimão e de Lagos foram fundidos num só — e isto é da
responsabilidade do Governo PS —, também se dizia que isso não iria resultar no encerramento de serviços
ou valências, mas a verdade é que, como o Sr. Deputado sabe, o bloco cirúrgico foi encerrado por questões
clínicas, mas nunca mais foi reaberto; os técnicos superiores de análises foram transferidos para Portimão (em
Lagos, deixou de se fazer análises, faz-se apenas a recolha, mas a análise propriamente dita é feita em
Portimão)… Ou seja, com aquela fusão que ocorreu há uns anos reduziram-se valências no hospital de Lagos,
reduziram-se serviços no hospital de Lagos que, gradualmente, caminha no sentido de se tornar num grande
centro de saúde e não num hospital.
Com esta fusão dos três hospitais num único centro hospitalar, tememos que se caminhe exatamente neste
sentido.
Por isso, ainda em junho, apresentámos um projeto de resolução que visava exatamente travar esta
intenção do Governo e propusemos que fosse feito um processo de planeamento e de organização dos
serviços públicos de saúde na região algarvia que servisse os interesses da população.
Relativamente às questões que levantou sobre os viveiristas e os mariscadores, obviamente que é uma
questão de grande gravidade. O Governo, de um momento para o outro, põe cá fora uma desclassificação das
zonas de produção de moluscos bivalves e isso coloca em risco milhares de viveiristas e de mariscadores que
vivem dessa atividade. Durante três anos, aparentemente, a qualidade das águas estava adequada para a
produção de bivalves e, de repente, o Governo desclassifica aquelas zonas.
Obviamente que tomámos posição sobre isto durante as jornadas parlamentares e iremos, como
anunciámos, apresentar um projeto de resolução sobre esta matéria, com soluções a curto prazo para fazer
face a este problema, mas também com soluções de fundo e a longo prazo para resolver este problema.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo.