11 DE DEZEMBRO DE 2013
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É por isso que rejeitamos estas políticas da troica, estas políticas da direita e dizemos que, para os
algarvios e o Algarve terem um futuro, para os portugueses e o País terem um futuro, é preciso rejeitar o
Memorando da troica, é preciso uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que é a única que serve os
interesses de Portugal, dos portugueses e dos algarvios.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, quero cumprimentá-lo pela sua
declaração política e saudá-lo pelas jornadas parlamentares que o PCP realizou no Algarve, em proximidade
com os problemas das populações, num encontro com a realidade, que é o que falta à direita, pelas
intervenções que aqui ouvimos.
Discutíssemos nós uma tarde inteira e não seria suficiente para os muitos problemas que podemos
identificar e para a resposta que eles exigem.
Falou-nos do problema dos mariscadores e dos viveiristas, da urgência destas pessoas, que estão em
situação de desespero, e da necessidade de uma resposta. Ensaiámo-la, de alguma forma, mas, enfim, pelo
menos uma das tentativas não teve acolhimento. É preciso responder a estas pessoas, é preciso que a
maioria identifique os problemas fundamentais que sustentam o drama destas populações.
Falou-nos da situação do desemprego, da precariedade, e deixo-lhe esta mesma questão no que diz
respeito aos jovens desta região — jovens que são dos mais atingidos pela precariedade e pelo desemprego
no nosso País —, já que assistimos hoje, aqui, a um elevado nível de cinismo, pois vimos o PSD e o CDS
exultarem com algumas migalhas, desconhecendo dados recentes que temos e que nos dão conta da
transferência brutal de rendimentos do trabalho para o capital. E é esta a discussão do dia!
Pergunto-lhe: que resposta é que as políticas deste Governo e esta austeridade cega dão aos jovens do
Algarve, particularmente vítimas do desemprego e da precariedade? Como é que esta gente se atreve a falar
de futuro ou, sequer, como hoje aqui fizeram, a pedir palmas, porque eles pediram palmas, como o Sr.
Deputado bem sabe?!
Falou-nos, evidentemente, de outros problemas gravíssimos que a região vive, nomeadamente do Centro
Hospitalar do Barlavento — matérias que o Bloco de Esquerda, como bem sabe, tem acompanhado com toda
a atenção e também tem denunciado —, e fez muito bem em invocar a situação dramática dos pequenos
produtores.
A este propósito, quero, aliás, perguntar-lhe qual é o seu entendimento sobre esta realidade. Os pequenos
produtores, nomeadamente os da serra, estão votados ao abandono, há imensas situações de desespero,
pelo que gostava que me dissesse qual é a resposta desta maioria às pequenas e médias empresas, que,
como bem sabemos, constituem o tecido maioritário da economia da região e, ainda, qual o seu entendimento
sobre esta coisa extraordinária de podermos ter aqui assistido à manifestação de posição do Sr. Deputado
Mendes Bota quanto às portagens na Via do Infante, reconhecendo que, enfim, quando temos iniciativas
concretas sobre a mesa, quem tem posições destas costuma votar, e nós não tivemos esse privilégio
relativamente à posição do Sr. Deputado Mendes Bota.
Mas são estas as questões de fundo, que são dramáticas. E, numa região que está assolada por injustiças
que não merece, se bem que possamos reconhecer alguns dados como razoáveis, designadamente os
números relativos ao turismo, a pergunta fundamental é esta: à custa de quê? O que é que aconteceu aos
salários? O que é que aconteceu aos direitos do trabalho, para que esses pequenos números possam ter
alguma expressão e para que estes senhores possam pedir palmas, como fizeram durante toda esta tarde?!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.