13 DE DEZEMBRO DE 2013
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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Portanto, Sr. Deputado Bruno Dias, esquecer a verdade e os factos para
manter o discurso não deve suceder.
Muito obrigado pela tolerância, Sr.ª Presidente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — As pessoas, lá fora, sabem do que se está a falar!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Não havendo mais inscrições, fica concluído o debate deste terceiro
ponto da nossa ordem de trabalhos.
Anuncio à Câmara que, entretanto, deram entrada na Mesa, e foram admitidos, três projetos de resolução,
no sentido da cessação da vigência do Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, que acabámos de apreciar.
Trata-se dos projetos de resolução n.os
883/XII (3.ª), de Os Verdes, 884/XII (3.ª), do PCP, e 885/XII (3.ª), do
BE.
Estas iniciativas legislativas serão, amanhã, objeto de votação no período regimental de votações.
Srs. Deputados, segue-se a discussão conjunta dos projetos de resolução n.os
847/XII (3.ª) —
Recomendação ao Governo relativamente ao Céu Único Europeu (PSD e CDS-PP), 845/XII (3.ª) —
Recomenda a rejeição da aplicação do Pacote SES2+ em Portugal (BE), 853/XII (3.ª) — Pela rejeição do
pacote legislativo comunitário Céu Único Europeu/SES2+ (PCP) e 878/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo a
rejeição das medidas de atualização dos regulamentos do Céu Único Europeu (SES2+) (PS).
Para uma intervenção, por parte do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Rafael Moreira.
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A iniciativa europeia relativa ao
Céu Único Europeu é vantajosa para todos os países e para os cidadãos europeus. Aliás, podemos mesmo
dizer que dá execução ao direito de livre circulação. E dá execução ao direito de livre circulação porquê?
Porque, quando esse projeto foi lançado, em 2004, e também quando foi sujeito a revisão, em 2009, veio
trazer ganhos em várias áreas que convém aqui ressaltar, desde logo a da segurança. Os voos tornaram-se
muito mais seguros, porque passou a haver uma articulação entre os vários países; ganharam-se tempos de
viagem, principalmente porque os tempos de espera nos aeroportos diminuíram; e ganhou-se no preço, já que
houve uma redução de preço, com vantagem direta para os cidadãos europeus. Mas houve também ganhos
diretos em domínios como o do ambiente e o da fatura energética, porque houve ganhos efetivos nesses
domínios.
O que está aqui em causa hoje, não é o projeto em si, não é o conceito, não são todas essas vantagens.
Nada disto está em causa. O que está em causa é a segunda revisão, aquela que foi chamada «2+», isto é,
uma proposta de regulamento que está agora em cima da mesa e que colheu o consenso do Parlamento no
que diz respeito a sérias reservas relativamente à sua execução. Essas sérias reservas foram já suscitadas
por vários governos europeus, nomeadamente pelo Governo português, em Conselho de Ministros. E porquê?
Porque, ao invés do diploma inicial e da revisão de 2009, o que temos agora é precisamente uma inversão de
conceitos, já que se deixa de apostar nas capacidades de cada país, nas mais-valias de cada país, de fazer
das partes um todo mais forte para se inverter e tentar esvaziar as capacidades nacionais no sentido do
fortalecimento de uma entidade que ainda não se conhece, centralizada e concentrada numa sede europeia. É
este conceito que nos merece sérias reservas.
Portanto, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o que está hoje em causa é o Parlamento juntar a sua voz de
reserva, a sua voz de contestação a esta proposta de regulamento, a voz que já foi atempadamente levantada
nesse mesmo sentido pelo Governo português.
Aplausos do PSD.