13 DE DEZEMBRO DE 2013
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sei que os Srs. Deputados convivem mal com a diferença de opinião,
porque no vosso partido não há, há opinião única. Mas como no meu partido há diferença de opinião, convivo
bem com isso e consigo ouvir, em silêncio e com algum respeito, as opiniões diferentes das minhas.
Protestos do PCP.
Sei que para os Srs. Deputados é uma novidade. Mas, enfim, no Parlamento a regra também é essa, é
uma regra semelhante à dos partidos democráticos e, como tal, ouvem-se opiniões diferentes com alguma
serenidade.
O Sr. Jorge Machado (PCP) — O Regimento prevê apartes!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Para terminar, o que pergunto ao Sr. Secretário de Estado é o
seguinte: do ponto de vista do público em geral, que alterações é que este diploma poderá trazer? Ou seja, do
ponto de vista de todos nós, dos utentes dos serviços públicos, o que é que vamos ter de melhor com a
aprovação desta nova legislação?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Sr.ª Presidente, em resposta aos Srs.
Deputados, reitero a ideia de que esta é uma reforma de grande alcance para a Administração Pública e que é
uma reforma orientada, sobretudo, para a melhoria dos serviços públicos, na medida em que permite uma
melhor gestão dos recursos humanos, uma melhor organização e disposição dos recursos que estão ao dispor
da Administração Pública e que, em última instância, como dizia a Sr.ª Deputada, estão orientados para o
funcionamento dos serviços públicos.
E permite-o em várias áreas, desde logo, por exemplo, na organização dos tempos de trabalho, na adoção
de mecanismos de flexibilidade da gestão dos recursos humanos, permitindo a adoção de instrumentos da
adaptabilidade e do banco de horas; que haja um alargamento dos horários de trabalho e, com isso, uma
maior disponibilidade dos serviços públicos para os cidadãos; também permite, através do reforço dos
mecanismos de contratação coletiva, adequar aquilo que são as especificidades de cada serviço àquilo que
são as necessidades e a orientação desses serviços para o público, de forma a que, nalgumas matérias que
agora passam a estar disponíveis no âmbito da contratação coletiva, se adeque o funcionamento dos serviços
à realidade específica dos serviços que são prestados nessas áreas aos cidadãos.
Efetivamente, é uma reforma importante no funcionamento da Administração Pública, especialmente num
contexto em que há fortes restrições financeiras. Há que gerir melhor e de forma mais eficiente os recursos
humanos da Administração Pública e, nesse sentido, ao adotar mecanismos laborais mais modernos, mais
adequados ao contexto, aos custos de contexto que hoje incidem sobre a Administração Pública, permite-se
reforçar aquilo que é a disponibilidade da Administração, o serviço público prestado, a oferta de bens e
serviços que hoje são disponibilizados aos cidadãos.
Respondendo à questão que foi colocada pela Sr.ª Deputada Catarina Marcelino, quero dizer que o
Governo está obviamente a reforçar os mecanismos de contratação coletiva com esta lei e estará disponível
para apoiar esses mecanismos em todas as suas vertentes. Não há aqui nenhum óbice, nenhum pré-conceito
negativo relativamente a algum aspeto da contratação coletiva.
A matéria da duração e da organização do trabalho é uma matéria que está na disponibilidade da
contratação coletiva e o Governo está disponível para apoiar esses processos de contratação coletiva desde
que eles se adequem à efetiva necessidade dos serviços e sejam indutores de melhoria de funcionamento da
Administração Pública. É esse o nosso compromisso.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.