9 DE JANEIRO DE 2014
23
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não posso acreditar que os Srs. Deputados fiquem tristes e que
gostassem que o País estivesse pior, que os portugueses tivessem ainda mais dificuldades.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Os Srs. Deputados, tal como eu, são patriotas e, portanto, é óbvio
que, quando veem que as coisas estão a começar a melhorar, olhem para elas com satisfação. E era bom que
deixassem um pouco de lado a retórica parlamentar e o reconhecessem,…
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Exatamente! Deixe a Sr.ª Deputada a retórica parlamentar!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … porque, de facto, nós temos fundadas razões, e cada vez mais
fundadas, para achar que as coisas estão a mudar,…
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Pois estão! O problema é esse!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … que está a haver uma viragem.
Vale a pena também dizer que é óbvio que o terminar do Programa não se vai traduzir numa situação de
paraíso, em que não temos de nos preocupar com o défice, pura e simplesmente porque essa situação não
existe nem para Portugal nem para país nenhum no mundo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Os países que não se preocupam com o défice que têm, nem com as
dívidas que fazem, são países que depois se veem obrigados a fazer enormes sacrifícios. E é precisamente
isso que explica, pelo menos em parte, o estado em que nos encontramos.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Nós não queremos voltar a passar por isto. Não basta apenas que o
Programa acabe, é preciso que Portugal não volte à situação em que esteve e que o levou a pedir ajuda
internacional, porque essa ajuda internacional, que os senhores tanto criticam, foi o que permitiu não só pagar
os salários e as pensões das pessoas — e isso é que é preciso ser dito —,…
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Isso não é verdade!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … mas também pagar com um juro substancialmente mais baixo do
que aquele que tinha sido pago no passado. É preciso que se diga isso! É preciso que se diga isso!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Isso não é verdade! O que permitiu foi pagar juros!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não, Sr. Deputado, porque quando, num Orçamento, se tem um
défice primário, como o Sr. Deputado sabe — e, se não sabe, é fácil confirmar o que estou a dizer —, significa
que o valor do défice está apenas não só a pagar juros, mas também a pagar salários e pensões,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Diga quanto é que foi para os salários!