9 DE JANEIRO DE 2014
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vermelha seria não cortar pensões do regime geral, aí está o corte retroativo de pensões do regime geral da
segurança social, aí está o plano b com o corte de rendimentos aos funcionários públicos, uma vez mais com
consequências económicas gravosas, agravando de novo a procura, mas, sobretudo, com consequências
socias inaceitáveis.
Parem com este ataque permanente à procura interna, parem com este ataque permanente aos
pensionistas e aos funcionários públicos. Deixem respirar a economia, deixem-na progredir. Não passem o
tempo a estrangular as possibilidades de estabilização da economia portuguesa, não passem o tempo a ferir
os direitos daqueles que já se reformaram e que nada podem fazer, não passem o tempo a criar novas TSU
sobre os pensionistas e a tirar mais rendimentos aos funcionários públicos. Escolham a economia, escolham a
política para o crescimento económico. Parem com a austeridade cega, parem com a austeridade retroativa,
que está a dar cabo da economia do País e da coesão social!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge
Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Ao contrário do que foi aqui
afirmado, o Governo não pretendia a dita convergência das pensões. O Governo e a maioria PSD/CDS — é
mais um assalto aos reformados da Administração Pública — queriam cortar 10% das reformas.
Tanto na discussão na generalidade como na especialidade, alertámos para o facto de esta lei ser
inconstitucional. No passado dia 17 de outubro, dissemos o seguinte: «Com a presente proposta de lei, o PSD
e o CDS estão a violar um contrato de uma vida inteira de trabalho e de descontos. Estão a violar a segurança
e a confiança depositada no Estado por milhares de trabalhadores». Dissemos ainda que não tínhamos
dúvidas em afirmar que a presente proposta de lei violava a Constituição da República Portuguesa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Importa referir que esta lei também seria declarada inconstitucional em
grande parte dos países da União Europeia.
Recentemente, o Tribunal Constitucional não declarou as reformas como direito de propriedade e, assim, o
Governo e a maioria sabiam muito bem que esta medida era inconstitucional, mas insistiram! Claramente que
insistiram em governar contra a Constituição de Abril! Com esta lei, embateram na Constituição e, uma vez
mais, este Governo de desgraça nacional foi derrotado.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Com esta declaração de inconstitucionalidade, o Governo já viu mais de
seis vezes normas declaradas inconstitucionais, prova de que o Governo está a governar contra a Constituição
da República Portuguesa.
Face ao chumbo do Tribunal Constitucional, o Governo apressou-se em dizer que não vai aumentar os
impostos, mas aumentou imediatamente uma contribuição, que não é extraordinária e nem sequer é solidária,
e aumentou os descontos da ADSE. Tira pela janela aquilo que o Tribunal Constitucional impediu que se
tirasse pela porta, sem nunca tocar nos mais ricos e poderosos, agravando a injustiça e a pobreza entre os
reformados portugueses.
O Governo insiste em governar contra a Constituição e contra os seus valores, por isso só lhe pode ser
apontado um único caminho: a rua!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Aiveca.