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25 DE JANEIRO DE 2014

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Consideramos que é uma medida extemporânea, porque quando esta iniciativa legislativa deu entrada no

Plenário estava em causa a elaboração de uma portaria na sequência de um decreto-lei do Partido Socialista,

mas no que diz respeito à matéria não deixa de ser oportuna. A Portaria saiu em 2012 e acolhe muitas das

preocupações do Partido Socialista.

A iniciativa é útil, destacamos o seu mérito, mas não colherá o nosso voto.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.a Deputada Mariana

Mortágua.

A Sr.a Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.

as e Srs. Deputados: Desde que a troica chegou a

Portugal, há três anos, o preço da energia aumentou 32%.

No ano que vem, a proposta para o aumento do preço da eletricidade é de 2.8%, quando sabemos que a

inflação pouco ultrapassa os 0%. Sabemos que há mais 20% de pessoas que mal conseguem pagar a sua

conta de eletricidade em Portugal e que não conseguem ter dinheiro para se aquecerem neste inverno

rigoroso que estamos a ter. Mas também sabemos que parte desta conta que todos os portugueses e

portuguesas pagam — não só os domésticos mas também as pessoas que tentam ter uma empresa, os

consumidores industriais — não reflete diretamente o preço da produção de eletricidade, mas reflete rendas

garantidas às grandes empresas energéticas portuguesas e multinacionais. Segundo a ERSE (Entidade

Reguladora dos Serviços Energéticos), é de 35% o peso da conta da energia que não reflete custos de

produção de energia, mas, sim, rendas às grandes multinacionais. Talvez isto explique porque é que, ao

mesmo tempo que se aumenta 2.8% na conta da eletricidade deste ano, porque é que ao mesmo tempo que

os portugueses e as portuguesas ainda devem 4.4 mil milhões de euros de défice tarifário, a EDP tenha tido

um lucro de 8 mil milhões de euros entre 2006 e 2013.

Registamos que o PS, que contribuiu para criar muitos destes esquemas, destes SIEG e destes custos que

sobrecarregam a conta da eletricidade, tenha agora interesse em reduzir esta conta e estas rendas às grandes

multinacionais. No entanto, temos algumas preocupações com este projeto, tendo uma delas já sido aqui

referida: achamos que é necessário ter uma ideia mais lata e mais abrangente para o sistema de produção

elétrica em Portugal.

É preciso garantir que se investe em formas inovadoras de produzir eletricidade, em formas que não

penalizem o ambiente, no entanto isso deve ser feito através de investimento público e não garantindo rendas

a grandes empresas, como tem acontecido até agora.

Não percebemos muito bem, não fica claro qual será a redução na conta da eletricidade decorrente deste

projeto de resolução. Também não fica claro como é que é possível ou não contabilizar externalidades

ambientais. Embora consideremos que este projeto vai na direção certa, temos dúvidas relativamente à

concretização e aos impactos reais.

Deixamos um desafio ao PS: o Bloco de Esquerda apresentou, ainda há dias, um programa para reduzir os

custos da eletricidade, que passa, entre outras coisas, pela anulação das verdadeiras rendas à EDP, que são

os contratos CMEC (custos de manutenção de equilíbrio contratual) e os contratos CAE (contratos de

aquisição de energia), que remuneram energia que nem sequer é produzida, pois são uma garantia de

potência para grandes multinacionais terem fábricas produtoras de energia paradas a receber uma renda do

Estado. Isso, sim, consideramos ser um bom princípio, uma boa proposta para reduzir os custos da energia

em Portugal e esperamos, também, que o PS possa acompanhar o Bloco de Esquerda quando trouxermos

essas propostas ao Parlamento.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — A Mesa não regista mais inscrições, pelo que vamos passar ao

ponto seguinte da nossa ordem de trabalhos, que consta da apreciação conjunta dos projetos de resolução

n.os

907/XII/ (3.ª) — Recomenda ao Governo que seja regularizada a situação contratual dos enfermeiros da

Linha Saúde 24, com a celebração de contratos de trabalho e a preservação da qualidade do serviço (BE) e