O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 DE JANEIRO DE 2014

17

também ao nível de emprego. Temos níveis de emprego tão baixos que, para encontrarmos níveis de

emprego semelhantes ao que temos atualmente, é necessário recuar para lá de 1995, ou seja, mais de 19

anos. Só para se ter uma ideia, a quebra do emprego nestes últimos dois anos foi superior à quebra do PIB.

Se entre 2011 e 2013 o PIB caiu 5%, o emprego caiu 6%.

Sr.as

e Srs. Deputados, o cenário da demografia em Portugal ainda é mais preocupante se pensarmos que,

nestes dois últimos anos, emigraram mais pessoas do que nasceram: emigraram 220 mil pessoas, entre as

quais muitas jovens famílias, que levaram consigo os seus filhos.

Sr. Deputado Carlos Peixoto, qual é a resposta deste Governo, do Governo que o senhor apoia, a todos

estes problemas? À opção da política de empobrecimento, ancorada na duplicação de austeridade prevista no

Memorando, que aumentou o desemprego para além do previsto e que aumentou as desigualdades e a

pobreza em Portugal, o seu Governo responde, em 2014, com um Orçamento que corta novamente nos

rendimentos e que, por isso, agrava as dificuldades das famílias.

Sr. Deputado, quanto ao problema da emigração, o seu Governo, para além de não responder, ainda tenta

justificar positivamente esta emigração falando da mobilidade europeia e das suas vantagens. Para não falar

que foi também do seu Governo a célebre ideia de uma agência para a emigração.

Não há nada de positivo nesta emigração e se as pessoas emigram não é porque não têm emprego, mas

porque os salários oferecidos em Portugal são demasiado baixos.

Neste cenário, e continuando o Governo a insistir nas mesmas opções que empobrecem o País, pergunto:

o que é que os jovens podem esperar? Como é que podem acreditar no seu futuro? E as famílias, com cada

vez menos rendimentos, que decisões podem tomar para terem mais filhos? E os mais velhos, Sr. Deputado?

Sim, porque os pensionistas são aqueles que estão a pagar uma das mais altas fatias da austeridade custe o

que custar — os mais velhos e os pensionistas que, consequentemente, podem ajudar cada vez menos as

famílias, os seus filhos e os seus netos.

Sr. Deputado, perante tudo isto, e perante aquelas que continuam a ser as opções deste Governo, repito:

essas opções empobreceram e vão continuar a empobrecer este País. Por isso, a minha pergunta só pode ser

uma: qual foi, verdadeiramente, a sua intenção com a intervenção que acabou de fazer?

Aplausos do PS.

A Sr.a Presidente: — Para responder, tem a palavra Sr. Deputado Carlos Peixoto.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr.a Presidente, Sr.

a Deputada Mariana Mortágua, a sua intervenção foi um

pouco na linha da intervenção da Sr.a Deputada Sónia Fertuzinhos, ambas pondo a tónica na questão de a

baixa natalidade ou o declínio demográfico se prenderem, essencialmente, com questões de natureza

económica, de estabilidade e de emprego.

As Sr.as

Deputadas não deixam de ter alguma razão, mas é importante que ambas reflitam no seguinte: já

repararam que, mesmo nos períodos de maior crescimento económico — e houve vários no País —, a taxa de

natalidade continuou a baixar? Já perceberam a incongruência da vossa posição?

Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.

A Sr.a Sónia Fertuzinhos (PS): — Tenho pena de não poder responder!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr.as

Deputadas, ou alargam o leque e alargam a dimensão e o espectro

dos fatores que justificam o declínio demográfico ou não acertam. A História é que prova a falta de razão em

colocarem o centro da vossa preocupação nas questões económicas.

Vozes do PSD: — É verdade!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr.a Deputada Sónia Fertuzinhos, não vale a pena dizer que é o nosso

Governo o grande responsável pela baixa natalidade. Sabe quem é que estava no Governo em 2006? Era o

Partido Socialista! Sabe quantas crianças nasceram a menos em 2006 relativamente a 2005? 4106 crianças.