30 DE JANEIRO DE 2014
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A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Gostava de pedir ao Sr. Presidente, em nome do rigor dos nossos
debates, que fizesse distribuir a todos os grupos parlamentares dados do INE relativamente ao número de
nascimentos em Portugal.
Na declaração política que fez há pouco, o Sr. Deputado Carlos Peixoto saltou vários anos relativamente
ao número de nascimentos. Saltou o ano de 2008, em que houve mais 2012 nascimentos; o ano de 2010, em
que houve mais 1890 nascimentos…
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada. A Mesa fará distribuir esses dados.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — … e o ano de 2012, em que houve menos 7015 nascimentos.
Portanto, Sr. Deputado, eu faço distribuir os números do INE para avaliarmos a questão na posse de todos
os dados.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado
Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Algumas notícias sobre Portugal nas
últimas semanas mostram uma realidade insofismável: Portugal é hoje um País que todos os dias dá provas
de estar a superar os desafios da sua situação económica.
As notícias são claras: os juros da dívida pública estão em queda. Desceram, para o prazo de 10 anos,
abaixo da fasquia dos 5%, pela primeira vez em mais de 10 anos, e estão hoje novamente em queda, ao
mesmo tempo que Portugal regista, também pela primeira vez desde 2007 — repito, pela primeira vez desde
2007 —, uma queda do peso da dívida pública no PIB, aliás a maior queda da União Europeia.
Portugal conseguiu colocar dívida nos mercados com condições muito favoráveis e afastar os arautos da
desgraça. Juntam-se a isto os dados da execução orçamental de 2013, que mostram uma redução de 2% na
despesa com juros.
Alguém, porventura, perguntará: «De que valem juros baixos, de que valem as idas ao mercado, se do que
precisamos é de efeitos na economia real?».
Em primeiro lugar, é preciso nunca esquecer que os juros pagos nos mercados e contratados hoje pesam
nas contas públicas nos próximos 5 ou 10 anos. A obtenção de juros baixos significa que deixamos um peso
menor às gerações futuras em impostos futuros e menos juros do que pagámos no passado significam que
deixamos menor peso do que aquele que nos deixaram a nós.
Mas os juros refletem também a perceção que os credores têm da nossa capacidade para pagar os
empréstimos. E hoje, a esse respeito, há um consenso geral de que temos um futuro melhor do que há três
anos poderia parecer, e essa perceção não cai do céu.
O desemprego diminuiu durante nove meses consecutivos, segundo dados do Eurostat, e situava-se, em
novembro, em 15,5%, bem abaixo dos 18% em que já esteve. O efeito na economia é evidente: Portugal saiu
da recessão no terceiro trimestre de 2013, ao fim de 10 trimestres consecutivos.
Em 2013, por cada empresa encerrada, abriram mais de duas. Aliás, desde 2009 que não eram criadas
tantas empresas. Houve uma quebra de 20% nas dissoluções. Estes dados andam naturalmente ligados com
o aumento contínuo do indicador de confiança dos consumidores, que está no valor mais elevado desde
outubro de 2010, e com o aumento do indicador de confiança económica, que está no valor máximo desde
fevereiro de 2011.
A hotelaria registou aumentos nas dormidas — 2,1 milhões em novembro de 2013, ou seja, mais 5,9% do
que no mês homólogo —, a produção industrial continua a crescer, com uma variação homóloga, em
novembro, de 2,9%.
Estes dados da economia real são bons. São bons para o Governo, deviam ser bons para a oposição, mas
são, sobretudo, a prova de que os portugueses não baixaram os braços.