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30 DE JANEIRO DE 2014

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… mas eu disse, e o Sr. Deputado terá de me permitir essa lealdade, que, naturalmente, queremos que as

coisas cheguem mais rapidamente e melhor às famílias, porque sabemos muito bem que continua a haver

dificuldades.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Fale de empobrecimento! Não tenha medo das palavras!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Por exemplo, Sr. Deputado, no que diz respeito à contribuição

extraordinária de solidariedade, na segurança social ela atinge apenas 5% dos reformados, número muito

razoável e muito baixo, embora, naturalmente, quiséssemos que não atingisse ninguém. Mas, para isso, é

preciso voltar a uma situação em que o País, por um lado, ganhe a sua autonomia e, por outro, abandone as

irresponsabilidades do passado.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

É que se, de facto, é para terminar o Programa de Assistência Económica e Financeira e voltar a políticas

despesistas e de endividamento que trouxeram a troica para Portugal, então nunca sairemos deste Programa.

Mas nós não estamos, claramente, desse lado.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Pedro Nuno Santos.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Michael Seufert, ouvi a sua declaração

política com atenção e gostaria que comentasse também alguns sinais que lhe vou apresentar. Mas, peço-lhe,

desde já, que não recorra à demagogia do costume, de que a oposição ou o Partido Socialista está zangado

com os resultados positivos ou com o bem que está a acontecer ao País, porque o Partido Socialista quer que

o País recupere, quer que a economia recupere e, portanto, não estamos zangados com qualquer indicador

positivo.

Pedia-lhe, pois, um comentário a algumas coisas que vou dizer.

Quanto às exportações, têm crescido nos últimos anos, como, aliás, sucede desde há 10 anos, com

exceção do ano de 2009, em que o comércio internacional colapsou. Mas a verdade é que quando vemos o

peso das exportações aumentar em percentagem do PIB, a única explicação que encontramos, dado que a

taxa de crescimento das exportações é sensivelmente a mesma que tínhamos antes da crise, é a redução do

PIB, a contração da nossa economia. E quando olhamos para o perfil das nossas exportações só temos

motivos para estar preocupados. É que as exportações de média e alta tecnologia, no total das exportações,

entre 2007 e 2008, eram de 41,7%, mas, entre 2012 e 2013, já são só de 37,4%, e estão a cair. A verdade é

esta: a nossa estrutura produtiva e a composição das nossas exportações degradou-se.

Quando olhamos para as exportações, verificamos que estamos a exportar combustíveis com pouco valor

acrescentado, plástico, borracha… A verdade é que não estamos, três anos depois do Governo de direita, a

exportar melhor, a exportar com maior valor acrescentado. E isto é um motivo de preocupação.

Sr. Deputado, pedia-lhe também que refletisse sobre os seguintes dados: a taxa de desemprego é de 15%,

sendo que 10% diz respeito ao desemprego de longa duração. Estamos a falar de desempregados que

começam a fazer o caminho daqueles que já estão hoje desencorajados, que desistiram de procurar emprego,

que já não contam sequer para as estatísticas — estamos a falar de 300 000.

Um País que perde com a emigração, que vê o desemprego de longa duração a aumentar, é um País que

está a perder capital humano e que terá, a médio prazo, dificuldades em recuperar.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.