O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 42

30

O Partido Socialista parece que não ouve e já hoje, repetidamente, se recusou aqui a fazê-lo.

Por isso, quero colocar uma questão muito pertinente ao Deputado Michael Seufert: parece-lhe que a

irresponsabilidade que o Partido Socialista já hoje aqui manifestou contribui, de alguma forma, para o otimismo

do País, para a evolução da situação atual do País e para melhorar os indicadores económicos que referiu na

sua declaração política?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder a estes dois pedidos de esclarecimento, tem a

palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados Paulo Sá e André Pardal, antes de

mais, agradeço as questões que me colocaram.

De facto, Sr. Deputado André Pardal, julgo que os dois partidos da maioria, historicamente, têm um legado:

quando o País mais precisou, quando o País esteve à beira do abismo e em cima da bancarrota deram a mão

não ao Partido Socialista, mas ao País, e entenderam que era importante responsabilizarem-se também por

aquele momento, embora não o tivessem influenciado, já que não estavam no Governo nem tinham maioria

neste Parlamento, de modo a que se pudesse avançar com o Programa de Assistência Económica e

Financeira antes das eleições, dizendo muito claramente ao País que estávamos do lado da responsabilidade.

Por isso, é difícil perceber que o Partido Socialista, num momento em que os consensos também

continuam a ser importantes, apesar de haver uma maioria absoluta sólida neste Parlamento, queira fugir às

suas responsabilidades e dizer que não é nada consigo.

Entendemos que a forma mais eficaz e rápida de sair do Programa de Assistência Económica e Financeira

é mostrar que nos setores-chave e nas questões-chave há consenso. E a verdade é que eles já aconteceram,

ainda que, politicamente, com necessidade de negociação, no que diz respeito, por exemplo, à reforma do

IRC.

Mas aquilo que disse e espero que possa acontecer é que, quando precisarmos de um igual consenso para

uma reforma no IRS, que possa, rapidamente, beneficiar as famílias — porque, de facto, também é verdade

que (eu próprio disse-o, da tribuna) os impostos são elevados —, consigamos também, da parte do Partido

Socialista, um consenso para essa reforma, de modo a que ela também possa ser credível perante todas as

pessoas que acompanham e olham de fora para o País.

Quem também olha de fora para o País é o Eurostat, o Eurogrupo, o Banco Central Europeu, a imprensa

internacional. Segundo o Partido Comunista, todas estas entidades fazem parte de uma enorme cabala

internacional…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … e que, sem apelo, o que dizem do País é tudo uma enorme

mentira, é tudo uma enorme cabala montada…

Protestos do PCP.

Sentimos, porventura, falta da Radio Yerevan, que transmitia a realidade ao mundo livre… Talvez sintamos

essa falta…

O Sr. Paulo Sá (PCP): — O senhor está completamente alheado do País!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Deputado Paulo Sá, falou da propaganda em cima da miséria. Sei

que os partidos comunistas sabem muito bem como fazer propaganda em cima da miséria,…

Protestos do PCP.