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I SÉRIE — NÚMERO 45

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Temos noção disso, como temos também noção de que teria sido mais popular não as ter tomado e

continuarmos a navegar alegremente num barco sem rumo, mantendo os portugueses de olhos vendados até

ao desastre final e irremediável, com consequências, essas sim, catastróficas para os portugueses.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — No entanto, tínhamos a convicção de que, duro, embora, este era o

caminho para resgatar os portugueses e o País, esta era a única forma de criar as bases para um futuro

melhor, de criar condições para que a nossa economia começasse a crescer e, ao crescer, começasse a criar

emprego e, ao criar emprego, desse nova oportunidade a todos aqueles que, por fatores a que eram e são

completamente alheios, estão no desemprego, de modo a poderem voltar a ter um emprego, uma atividade,

um rendimento do seu trabalho, uma integração de direito pleno no mercado laboral e, enfim, saírem da

situação de desemprego a que outros os condenaram.

Numa matéria tão sensível, tão dura como é para essas centenas de milhares de portugueses, não pode

haver euforias, por respeito a essas pessoas e também para que não se facilite no caminho que ainda falta

percorrer.

Mas pode, e deve, haver esperança, quando olhamos para os números e começamos a ver traduzidos no

terreno os resultados positivos das políticas adotadas, confirmados pelos dados do INE (Instituto Nacional de

Estatística), relativos ao último trimestre de 2013 e agora publicados.

Pelo terceiro trimestre consecutivo, a taxa de desemprego baixou, fixando-se, no último trimestre, em

15,3%, quando, no primeiro trimestre, chegou a atingir os 17,7%.

A taxa de população empregada aumentou, fixando-se, no último trimestre de 2013, em 51,5%, o que

representa a criação, desde o primeiro trimestre de 2013, de 128 000 postos de trabalho.

Diminuiu também significativamente a taxa de desemprego jovem, que, no quarto trimestre de 2013, se

fixou em 35,7%. Recorde-se que, em período idêntico de 2012, era de 40%!

Recorde-se também que Portugal é, neste momento, o País do sul da Europa com a taxa de desemprego

jovem mais baixa — e significativamente mais baixa do que a dos restantes países do sul da Europa.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Pudera, os jovens emigraram todos!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — A população empregada a tempo completo cresceu desde o primeiro

trimestre de 2013 — e cresceu de forma constante e sustentada —, tendo diminuído, em contrapartida, a

população empregada a tempo parcial.

A população desempregada diminuiu mais de 10%, face a período idêntico de 2012, e 1,4%, face ao

trimestre anterior.

Esta esperançosa recuperação no mercado de trabalho está apoiada naquilo que tem sido um crescimento

progressivo e sustentado da economia portuguesa, ao longo de 2013.

Com efeito, na produção industrial, na agricultura, no setor exportador, no turismo, no crescimento do PIB

tem-se verificado uma recuperação e um crescimento progressivo, gradual e sustentado, ao longo de 2013 e a

partir do segundo trimestre do ano transato.

Não estávamos, pois, enganados (e estes números provam que não estávamos enganados): é a economia,

é pelo crescimento da economia que se cria riqueza, que se cria emprego.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A situação em que se encontram ainda centenas de milhares de

portugueses é grave, não permite, nem admite, por isso, discursos ligeiros e excessos de otimismo. Mas a

mensagem que temos de transmitir a todos os portugueses é, com as necessárias cautelas, de esperança, de

que se vislumbra um virar de ciclo, de que os sacrifícios não têm sido em vão, de que continuaremos a

trabalhar e a lutar para ultrapassar a crise, agora com renovada esperança e determinação.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Artur Rêgo, tem três pedidos de esclarecimento dos Srs. Deputados

Jorge Machado, do PCP, Mariana Aiveca, do BE, e Adão Silva, do PSD.