14 DE FEVEREIRO DE 2014
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
E mais rigoroso porque aquilo que permite esta regularização fiscal e à segurança social é defender
empresas e empregos. Portanto, sendo este o principal objetivo, penso que foi conseguido com esta medida
do Governo.
Esta medida veio, essencialmente, ajudar a economia e os senhores, nessa bancada, que tanto querem
ajudas à economia, não veem nesta medida o que ela tem de essencial.
De facto, não é uma medida que possa ser repetível no tempo, é uma medida extraordinária e rigorosa, em
primeiro lugar, porque vai permitir um encaixe de dívida que estava à beira da prescrição. Ora, se a dívida
estava em prescrição, ela não é de agora, a dívida estava em prescrição porque foi instaurada em 2007, em
2008, em 2009. Portanto, essa dívida estava à beira da prescrição e, possivelmente, dessa dívida o Estado e
os portugueses não arrecadariam nada. Dessa forma, não teríamos possibilidade de acorrer a todas aquelas
situações que o Sr. Deputado invocou da tribuna, de apoio aos mais frágeis e aos mais desprotegidos.
Portanto, esta é uma das falácias da sua intervenção, Sr. Deputado.
Por outro lado, esta medida permitiu evitar a insolvência de muitas empresas e não só, também de
profissionais livres, de trabalhadores que foram atingidos pela situação difícil que o País viveu, a qual não foi
fruto das políticas do atual Governo,…
O Sr. José Magalhães (PS): — Não!…
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — … mas, sim, das políticas do anterior Governo,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — … que levaram às restrições que o País passou a ter em termos de
Orçamento.
Mas há aqui uma outra situação: estando à beira do início de um novo quadro comunitário, também se
permite que a ele possam aceder muitas dessas empresas, que são viáveis, que têm condições para funcionar
e que, de outra forma, não poderiam aceder aos apoios dos fundos comunitários. E os senhores, que tanto
lutam pela defesa da economia, atacam esta medida!
A Sr.ª Presidente: — Faça o favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Já agora, para terminar, penso que o Sr. Deputado já tinha bastantes
responsabilidades políticas quando o Partido Socialista e o seu Governo aprovaram o «Plano Mateus», que,
por acaso, até correu bastante mal. Se nos lembrarmos de como foi o seu funcionamento, do descalabro e do
arrastar no tempo do «Plano Mateus», temos de concordar que, embora os senhores critiquem tanto esta
medida, apesar do impacto e dos resultados que ela alcançou, comparando-a com as medidas do Partido
Socialista, de facto, o PS acabou por encontrar uma medida pior, que funcionou pior e acabou por ser mais
injusta.
A Sr.ª Presidente: — Queria terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente.
Portanto, Sr. Deputado, esta medida não custou nada aos portugueses, porque ninguém deixou de pagar
os impostos que eram devidos. Todas as entidades que deviam impostos pagaram o que era devido e mais
uma parte dos juros de mora.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — É apenas falso o que acaba de dizer!…
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Portanto, só não foram tratados os aspetos das custas e das coimas.