14 DE FEVEREIRO DE 2014
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é um sucesso, um milagre das escolhas do Governo?! É, afinal, mais um brinde para trazer na lapela?! Há,
assim, motivos para tanta alegria?! Como é possível?!
Se utilizarmos estes 494 milhões de euros, estamos por exemplo a falar — numa unidade métrica que é
conhecida do CDS — de um submarino que desapareceu das contas públicas. É esse o resultado deste
perdão fiscal!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito bem!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Afinal, o perdão fiscal custou um submarino aos contribuintes! Esta é a
escolha clara e inequívoca.
Aplausos do BE.
Como é que isto é compreensível? Como é possível este perdão fiscal, que custou mais do que todo o
Orçamento retificativo, mais o valor do alargamento da contribuição extraordinária de solidariedade a quem
ganha pensões de 1000 € por mês, mais o aumento da contribuição para a ADSE (todos os trabalhadores e
pensionistas do Estado vão pagar mais 1% para a ADSE)? Mais do que tudo isso somado são 494 milhões de
euros! Sr. Deputado, não tenho palavras para descrever esta situação, a não ser dizer que, afinal, a maioria só
fica satisfeita quando perdoa a alguns e mais satisfeita ainda quando vai ao bolso de todos aqueles que
trabalham ou trabalharam.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Cabrita.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados Pedro Filipe Soares e Filipe Lobo d’Ávila,
agradeço as vossas questões.
O Deputado Pedro Filipe Soares referiu, fundamentalmente, a experiência vivida pelos Deputados que
integram a Comissão de Orçamento e Finanças. Por isso, Sr. Deputado Filipe Lobo d’Ávila, com a
consideração e a amizade que tenho por si, permita-me que lhe lembre que privilegio o rigor, que privilegio a
busca de consensos e que privilegio a atenção ao futuro.
O Sr. José Magalhães (PS): — Muito bem!
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr. Deputado, eu sei que o CDS vive, às vezes, momentos difíceis, mas foi
o vosso parceiro de coligação que dizia, ainda em novembro de 2010, não que estava preparado para
governar com o CDS, mas que estava preparado para governar com o FMI! Esse era o parceiro de coligação
que Passos Coelho anunciou em novembro de 2010.
Aplausos do PS.
Em 2011, houve para Portugal uma circunstância muito especial, quando queríamos estabilidade social,
estabilidade política, consensos a médio e longo prazo. Ora bem, o que caracteriza a crise portuguesa é que a
Europa teve a Irlanda, em que a banca implodiu; teve a Grécia, com uma crise social profunda; e teve
Portugal, em que uma crise política deliberadamente aberta forçou Portugal a um resgate sem sentido…
Vozes do PSD: — Oh!…
Aplausos do PS.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — … e permitiu criar um Governo que, orgulhosamente, até a receita
estrondosamente falhar, sempre disse que ia além da troica.