I SÉRIE — NÚMERO 51
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Sr.as
e Srs. Deputados: O Portugal 2020 aposta na competitividade e internacionalização da nossa
economia com inclusão social, e para isso valoriza o território e descentraliza, mas também aposta na
contratualização de resultados e não no simples financiamento de projetos.
É com esta nova filosofia que esperamos poder tirar verdadeiramente partido desta oportunidade, que era
bom que fosse a última.
Nada seria melhor para o País do que dentro de sete anos não se encontrar aqui a discutir, mais uma vez,
um novo ciclo de fundos europeus. Seria sinal de que, finalmente, tínhamos convergido com o nível de
desenvolvimento e prosperidade económica dos outros Estados europeus.
Para que assim seja não podemos perder mais esta oportunidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para formular pedidos de esclarecimentos, 12 Srs. Deputados,
sendo que, entretanto, o Sr. Ministro informou a Mesa que pretende responder a grupos de 4 pedidos de
esclarecimentos.
No primeiro conjunto de perguntas temos inscritos os Srs. Deputados Fernando Virgílio Macedo, do PSD,
Bruno Dias, do PCP, Rui Paulo Figueiredo, do PS, e Mariana Mortágua, do BE.
Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Virgílio Macedo.
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro Adjunto, muito se tem falado sobre
o próximo quadro comunitário de apoio, sobre os seus programas temáticos, sobre os seus programas
regionais e se existe ou não, por parte do Governo, algum tipo de discriminação positiva em relação a alguma
região do País.
Todos temos consciência que a adequada utilização dos fundos do próximo QCA é determinante para que,
em 2020, o nosso País seja mais coeso territorial e socialmente e para que não existam as enormes
disparidades que atualmente existem entre as regiões mais desenvolvidas, que, no passado,
comprovadamente, beneficiaram muito mais dos fundos comunitários, e as regiões menos desenvolvidas,
nomeadamente o Norte, o Centro, o Alentejo e os Açores.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — No que respeita à região Norte, penso que a existência de um
PO Regional de cerca de 3,3 mil milhões de euros e, paralelamente, um programa temático, no valor de 6,2 mil
milhões de euros, destinado a PME são boas notícias para a região e para os seus agentes económicos, pois,
como sabemos, a região Norte é a região onde se encontra o maior número de PME, mas, sobretudo, é onde
estão localizadas as PME mais dinâmicas, mais inovadoras e mais exportadoras de bens transacionáveis.
Sr. Ministro, a primeira pergunta que queria dirigir-lhe é a seguinte: no próximo quadro comunitário de apoio
existe ou não um aumento das verbas desses PO Regionais em relação ao QREN. Qual é a percentagem
desse aumento? E, nomeadamente, qual é a percentagem do aumento do PO da região Norte?
A segunda questão que lhe quero colocar é sobre a utilização da regra do spill over. Para aqueles que
possam não saber, a regra do spill over foi uma prática utilizada no passado pelo Partido Socialista e pelos
seus Governos, que permitiu o desvio, de forma abusiva e injusta, de fundos do QREN que estavam
consignados a regiões de convergência para regiões que teoricamente já não tinham direito a fundos de
coesão.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Sr. Ministro, no próximo quadro comunitário, irá continuar a
existir a possibilidade de utilização de forma abusiva dessa regra de spill over ou irá haver uma nova e outra
filosofia de acesso a fundos comunitários?
É que, Sr. Ministro, caso no próximo QCA a aplicação dessa regra seja realizada de forma idêntica à que
se verificou no passado pelos Governos socialistas, as populações dessas regiões de convergência não irão