I SÉRIE — NÚMERO 52
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Vozes do PS: — Exatamente!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — A verdade é que, ao fim de dez avaliações e de dez revisões do
Memorando inicial, fez-se toda a diferença.
Os Srs. Deputados do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda podem querer confundir as coisas,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Por que é que assinaram o pacto? Se o FMI é assim tão mau, por que é que
o assinaram?
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — … mas a verdade é que para os portugueses, ao contrário do que se
possa supor, faz uma certa diferença receber ou não receber o subsídio de Natal e o subsídio de férias, e a
verdade é que no Memorando inicial isso não estava previsto, mas foi executado.
Faz uma certa diferença para os empresários da restauração pagar o IVA à taxa máxima ou o IVA à taxa
intermédia, e a verdade é que o IVA à taxa máxima não estava no Memorando inicial.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — O Sr. Deputado pode querer esquecer, mas a verdade é que para as
famílias faz uma certa diferença pagar um enorme aumento de impostos no IRS, mais 30%, que é uma medida
que não estava no Memorando inicial, ou aplicar aquele que foi o Memorando inicial.
Portanto, quando o Sr. Deputado diz que o Partido Socialista apoia esta política está a esquecer que esta
política foi alterada em dez revisões unilaterais do Memorando, que aplicou o dobro da austeridade e que isso
tem a oposição do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Então, tirem o nome do Memorando!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — O Governo do Partido Socialista assinou o Memorando inicial da troica,
porque o País foi colocado numa situação de emergência financeira.
O voto do Partido Comunista contribuiu para esta situação, quer o senhor queira, quer não queira
reconhecê-lo!
Aplausos do PS.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Isso foi uma acrobacia!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Troca-tintas é o que os senhores são!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — E isto que digo para o Partido Comunista vale também para a Sr.ª
Deputada Mariana Mortágua, quando nos fala da estratégia de empobrecimento dos governos do Partido
Socialista. Tenho, aliás, verificado nestes últimos anos, com alguma frequência, como as bancadas
parlamentares à nossa esquerda se empenham na defesa de medidas do Governo do Partido Socialista que
eram medidas emblemáticas, por exemplo, do combate às desigualdades, como o investimento na escola
pública e o investimento nas Novas Oportunidades. Tenho-vos visto a defender essas medidas, porque sabem
que eram decisivas para a defesa da mobilidade social e para o combate à pobreza.
Aplausos do PS.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Fecharam 4500 escolas!